por Roberto Ierusalimschy, Luiz Henrique de Figueiredo, Waldemar Celes
(traduzido por Sérgio Queiroz de Medeiros com apoio da Fábrica Digital e da FINEP)
Copyright © 2007–2008 Lua.org, PUC-Rio. Disponível livremente nos termos da licença de Lua.
Lua é uma linguagem de programação de extensão projetada para dar suporte à programação procedimental em geral e que oferece facilidades para a descrição de dados. A linguagem também oferece um bom suporte para programação orientada a objetos, programação funcional e programação orientada a dados. Lua foi planejada para ser utilizada por qualquer aplicação que necessite de uma linguagem de script leve e poderosa. Lua é implementada como uma biblioteca, escrita em C limpo (isto é, no subconjunto comum de ANSI C e C++).
Por ser uma linguagem de extensão, Lua não possui a noção de um
programa principal: ela somente funciona embarcada em um
programa cliente anfitrião, chamado de programa hospedeiro ou simplesmente
de hospedeiro.
Esse programa hospedeiro pode invocar funções para executar um pedaço
de código Lua, pode escrever e ler variáveis Lua e pode registrar
funções C para serem chamadas pelo código Lua.
Através do uso de funções C, Lua pode ser estendida para lidar
de maneira apropriada com uma ampla variedade de domínios,
permitindo assim a criação de linguagems de programação personalizadas
que compartilham um arcabouço sintático.
A distribuição Lua inclui um exemplo de um programa hospedeiro chamado
lua
, o qual usa a biblioteca de Lua para oferecer um interpretador
de linha de comando Lua completo.
Lua é um software livre e, como de praxe, é fornecido sem garantias,
conforme dito na sua licença.
A implementação descrita neste manual está disponível
no sítio web oficial de Lua, www.lua.org
.
Como qualquer outro manual de referência, este documento é árido em algumas partes. Para uma discussão das decisões por trás do projeto de Lua, veja os artigos técnicos disponíveis no sítio web oficial de Lua. Para uma introdução detalhada à programação em Lua, veja o livro de Roberto Ierusalimschy, Programming in Lua (Segunda Edição).
Esta seção descreve os aspectos léxicos, sintáticos e semânticos de Lua. Em outras palavras, esta seção descreve quais itens léxicos são válidos, como eles são combinados, e qual o significado da sua combinação.
As construções da linguagem serão explicadas usando a notação BNF estendida usual, na qual {a} significa 0 ou mais a's e [a] significa um a opcional. Não-terminais são mostrados como non-terminal, palavras-chave são mostradas como kword e outros símbolos terminais são mostrados como `=´. A sintaxe completa de Lua pode ser encontrada em §8 no fim deste manual.
Em Lua, Nomes (também chamados de identificadores) podem ser qualquer cadeia de letras, dígitos, e sublinhados que não começam com um dígito. Esta definição está de acordo com a definição de nomes na maioria das linguagens. (A definição de letras depende de qual é o idioma (locale): qualquer caractere considerado alfabético pelo idioma corrente pode ser usado como um identificador.) Identificadores são usados para nomear variáveis e campos de tabelas.
As seguintes palavras-chave são reservadas e não podem ser utilizadas como nomes:
and break do else elseif end false for function if in local nil not or repeat return then true until while
Lua é uma linguagem que diferencia minúsculas de maiúsculas:
and
é uma palavra reservada, mas And
e AND
são dois nomes válidos diferentes.
Como convenção, nomes que começam com um sublinhado seguido por
letras maiúsculas (tais como _VERSION
)
são reservados para variáveis globais internas usadas por Lua.
As seguintes cadeias denotam outros itens léxicos:
+ - * / % ^ # == ~= <= >= < > = ( ) { } [ ] ; : , . .. ...
Cadeias de caracteres literais
podem ser delimitadas através do uso de aspas simples ou aspas duplas,
e podem conter as seguintes seqüências de escape no estilo de C:
'\a
' (campainha),
'\b
' (backspace),
'\f
' (alimentação de formulário),
'\n
' (quebra de linha),
'\r
' (retorno de carro),
'\t
' (tabulação horizontal),
'\v
' (tabulação vertical),
'\\
' (barra invertida),
'\"
' (citação [aspa dupla])
e '\'
' (apóstrofo [aspa simples]).
Além disso, uma barra invertida seguida por uma quebra de linha real
resulta em uma quebra de linha na cadeia de caracteres.
Um caractere em uma cadeia de caracteres também pode ser especificado pelo seu valor numérico
usando a seqüência de escape \ddd
,
onde ddd é uma seqüência de até três dígitos decimais.
(Note que se um caractere numérico representado como um seqüência de escape for
seguido por um dígito, a seqüência de escape deve possuir exatamente três dígitos.)
Cadeias de caracteres em Lua podem conter qualquer valor de 8 bits, incluindo zeros dentro delas,
os quais podem ser especificados como '\0
'.
Cadeias literais longas também podem ser definidas usando um formato longo
delimitado por colchetes longos.
Definimos uma abertura de colchete longo de nível n como um
abre colchete seguido por n sinais de igual seguido por outro
abre colchete.
Dessa forma, uma abertura de colchete longo de nível 0 é escrita como [[
,
uma abertura de colchete longo de nível 1 é escrita como [=[
e assim por diante.
Um fechamento de colchete longo é definido de maneira similar;
por exemplo, um fechamento de colchete longo de nível 4 é escrito como ]====]
.
Uma cadeia de caracteres longa começa com uma abertura de colchete longo de qualquer nível e
termina no primeiro fechamento de colchete longo do mesmo nível.
Literais expressos desta forma podem se estender por várias linhas,
não interpretam nenhuma seqüência de escape
e ignoram colchetes longos de qualquer outro nível.
Estes literais podem conter qualquer coisa, exceto um fechamento de colchete longo de
nível igual ao da abertura.
Por conveniência,
quando uma abertura de colchete longo é imediatamente seguida por uma quebra de linha,
a quebra de linha não é incluída na cadeia de caracteres.
Como exemplo, em um sistema usando ASCII
(no qual 'a
' é codificado como 97,
quebra de linha é codificado como 10 e '1
' é codificado como 49),
as cinco cadeias literais abaixo denotam a mesma cadeia:
a = 'alo\n123"' a = "alo\n123\"" a = '\97lo\10\04923"' a = [[alo 123"]] a = [==[ alo 123"]==]
Uma constante numérica pode ser escrita com uma parte decimal opcional
e com um expoente decimal opcional.
Lua também aceita constantes hexadecimais inteiras, através do uso do
prefixo 0x
.
Exemplos de constantes numéricas válidas são:
3 3.0 3.1416 314.16e-2 0.31416E1 0xff 0x56
Um comentário começa com um hífen duplo (--
)
em qualquer lugar, desde que fora de uma cadeia de caracteres.
Se o texto imediatamente depois de --
não é uma abertura de colchete longo,
o comentário é um comentário curto,
o qual se estende até o fim da linha.
Caso contrário, ele é um comentário longo,
que se estende até o fechamento de colchete longo correspondente.
Comentários longos são freqüentemente usados para desabilitar código temporariamente.
Lua é uma linguagem dinamicamente tipada. Isto significa que variáveis não possuem tipos; somente valores possuem tipos. Não existe definição de tipos na linguagem. Todos os valores carregam o seu próprio tipo.
Todos os valores em Lua são valores de primeira classe. Isto significa que todos os valores podem ser armazenados em variáveis, passados como argumentos para outras funções e retornados como resultados.
Existem oito tipos básicos em Lua:
nil, boolean, number,
string, function, userdata,
thread e table.
Nil é o tipo do valor nil,
cuja propriedade principal é ser diferente de qualquer outro valor;
ele geralmente representa a ausência de um valor útil.
Boolean é o tipo dos valores false e true.
Tanto nil como false tornam uma condição falsa;
qualquer outro valor torna a condição verdadeira.
Number representa números reais (ponto flutuante de precisão dupla).
(É fácil construir interpretadores Lua que usem outra
representação interna para números,
tais como precisão simples de ponto flutuante ou inteiros longos;
veja o arquivo luaconf.h
.)
O tipo string representa cadeias de caracteres.
Em Lua,
cadeias de caracteres podem conter qualquer caractere de 8 bits,
incluindo zeros ('\0
') dentro dela (ver §2.1).
Lua pode chamar (e manipular) funções escritas em Lua e funções escritas em C (ver §2.5.8).
O tipo userdata permite que dados C arbitrários possam ser armazenados em variáveis Lua. Este tipo corresponde a um bloco de memória e não tem operações pré-definidas em Lua, exceto atribuição e teste de identidade. Contudo, através do uso de metatables, o programador pode definir operações para valores userdata (ver §2.8). Valores userdata não podem ser criados ou modificados em Lua, somente através da API C. Isto garante a integridade dos dados que pertencem ao programa hospedeiro.
O tipo thread representa fluxos de execução independentes e é usado para implementar co-rotinas (ver §2.11). Não confunda o tipo thread de Lua com processos leves do sistema operacional. Lua dá suporte a co-rotinas em todos os sistemas, até mesmo naqueles que não dão suporte a processos leves.
O tipo table implementa arrays associativos,
isto é, arrays que podem ser indexados não apenas por números,
mas por qualquer valor (exceto nil).
Tabelas podem ser heterogêneas;
isto é, elas podem conter valores de todos os tipos (exceto nil).
Tabelas são o único mecanismo de estruturação de dados em Lua;
elas podem ser usadas para representar arrays comuns,
tabelas de símbolos, conjuntos, registros, grafos, árvores, etc.
Para representar registros, Lua usa o nome do campo como um índice.
A linguagem dá suporte a esta representação oferecendo a.name
como
um açúcar sintático para a["name"]
.
Existem várias maneiras convenientes de se criar tabelas em Lua
(ver §2.5.7).
Da mesma forma que os índices, o valor de um campo da tabela pode possuir qualquer tipo (exceto nil). Em particular, dado que funções são valores de primeira classe, campos de tabela podem conter funções. Portanto, tabelas podem também possuir metódos (ver §2.5.9).
Valores do tipo table, function, thread e userdata (completo) são objetos: variáveis não contêm realmente estes valores, somente referências para eles. Atribuição, passagem de parâmetro, e retorno de funções sempre lidam com referências para tais valores; estas operações não implicam em qualquer espécie de cópia.
A função type
retorna uma cadeia de caracteres descrevendo o tipo
de um dado valor.
Lua provê conversão automática entre
valores do tipo string e do tipo number em tempo de execução.
Qualquer operação aritmética aplicada a uma cadeia de caracteres tenta converter
esta cadeia para um número, seguindo as regras de conversão usuais.
De forma análoga, sempre que um número é usado onde uma cadeia de caracteres é esperada,
o número é convertido para uma cadeia, em um formato razoável.
Para um controle completo sobre como números são convertidos para cadeias,
use a função format
da biblioteca string (ver string.format
).
Variáveis são lugares usados para armazenar valores.
Existem três tipos de variáveis em Lua: variáveis globais, variáveis locais e campos de tabelas.
Um nome simples pode denotar uma variável global ou uma variávei local (ou um parâmetro formal de uma função, que é um caso particular de variável local):
var ::= Nome
Nome denota identificadores, como definido em §2.1.
Assume-se que toda variável é uma variável global a menos que ela seja explicitamente declarada como uma variável local (ver §2.4.7). Variáveis locais possuem escopo léxico: variáveis locais podem ser livremente acessadas por funções definidas dentro do seu escopo (ver §2.6).
Antes da variável receber a sua primeira atribuição, o seu valor é nil.
Colchetes são usados para indexar uma tabela:
var ::= expprefixo `[´ exp `]´
A semântica de acessos a variáveis globais
e a campos de tabelas pode ser mudada através do uso de metatabelas.
Um acesso a uma variável indexada t[i]
é equivalente a
uma chamada gettable_event(t,i)
.
(Veja §2.8 para uma descrição completa da
função gettable_event
.
Esta função não é definida nem pode ser chamada em Lua.
Ela é usada aqui somente para fins didáticos.)
A sintaxe var.Nome
é apenas um açúcar sintático para
var["Nome"]
:
var ::= expprefixo `.´ Nome
Todas as variáveis globais são mantidas como campos em tabelas Lua comuns,
chamadas de tabelas de ambiente ou simplesmente
de ambientes (ver §2.9).
Cada função tem sua própria referência para um ambiente,
de forma que todas as variáveis globais dentro de uma função
irão se referir para esta tabela de ambiente.
Quando uma função é criada,
ela herda o ambiente da função que a criou.
Para obter a tabela de ambiente de uma função Lua,
você deve chamar getfenv
.
Para trocar a tabela de ambiente,
você deve chamar setfenv
.
(A única maneira de tratar o ambiente de funções C
é através da a biblioteca de depuração; (ver §5.9).)
Um acesso a uma variável global x
é equivalente a _env.x
,
que por sua vez é equivalente a
gettable_event(_env, "x")
onde _env
é o ambiente da função corrente.
(Veja §2.8 para uma descrição completa da
função gettable_event
.
Esta função não é definida nem pode ser chamada em Lua.
De modo análogo, a variável _env
não é definida em Lua.
Elas foram usadas aqui somente para fins didáticos.)
Lua oferece um conjunto quase convencional de comandos, similar ao conjunto de comandos disponíveis em Pascal ou C. Este conjunto inclui atribuições, estruturas de controle, chamadas de funções e declarações de variáveis.
A unidade de execução de Lua é denominada de trecho. Um trecho é simplesmente uma seqüência de comandos, os quais são executados sequencialmente. Cada comando pode opcionalmente ser seguido por um ponto-e-vírgula:
trecho ::= {comando [`;´]}
Não existem comandos vazios e portanto a construção ';;
' não é válida.
Lua trata um trecho como o corpo de uma função anônima com um número variável de argumentos (ver §2.5.9). Desta forma, trechos podem definir variáveis locais, receber argumentos e retornar valores.
Um trecho pode ser armazenado em um arquivo ou em uma cadeia de caracteres dentro do programa hospedeiro. Para executar um trecho, Lua primeiro pré-compila o trecho em instruções para uma máquina virtual e depois executa o código compilado com um interpretador para a máquina virtual.
Trechos também podem ser pré-compilados em uma forma binária;
veja o programa luac
para mais detalhes.
Programas na forma de código fonte e na forma de um arquivo fonte já compilado são intercambiáveis;
Lua automaticamente determina qual é o tipo do arquivo e age em conformidade com ele.
Um bloco é uma lista de comandos; sintaticamente, um bloco é a mesma coisa que um trecho:
bloco ::= trecho
Um bloco pode ser explicitamente delimitado para produzir um único comando:
comando ::= do bloco end
Blocos explícitos são úteis para controlar o escopo de declarações de variáveis. Blocos explícitos são também usados às vezes para adicionar um comando return ou break no meio de outro bloco (ver §2.4.4).
Lua permite atribuições múltiplas. Em virtude disto, a sintaxe para atribuição define uma lista de variáveis no lado esquerdo e uma lista de expressões no lado direito. Os elementos em ambos os lados são separados por vírgulas:
comando ::= listavar `=´ listaexp listavar ::= var {`,´ var} listaexp ::= exp {`,´ exp}
Expressões são discutidas em §2.5.
Antes da atribuição ser realizada, a lista de valores é ajustada para o comprimento da lista de variáveis. Se há mais valores do que o necessário, os valores em excesso são descartados. Se há menos valores do que o necessário, a lista é estendida com tantos nil's quantos sejam necessários. Se a lista de expressões termina com uma chamada de função, então todos os valores retornados por esta chamada entram na lista de valores, antes do ajuste ser realizado (exceto quando a chamada é delimitada por parênteses; veja §2.5).
Um comando de atribuição primeiro avalia todas as suas expressões e somente depois é que a atribuição é realizada. Desta forma, o código
i = 3 i, a[i] = i+1, 20
atribui 20 a a[3]
, sem afetar a[4]
porque o i
em a[i]
é avaliado (para 3)
antes de receber o valor 4.
De modo similar, a linha
x, y = y, x
troca os valores de x
e y
e
x, y, z = y, z, x
permuta de maneira cíclica os valores de x
, y
e z
.
A semântica de atribuições para variáveis globais
e campos de tabelas pode ser mudada através do uso de metatabelas.
Uma atribuição para uma variável indexada t[i] = val
é equivalente a
settable_event(t,i,val)
.
(Veja §2.8 para uma descrição completa da
função settable_event
.
Esta função não é definida nem pode ser chamada em Lua.
Ela foi usada aqui somente para fins didáticos.)
Uma atribuição a uma variável global x = val
é equivalente à atribuição
_env.x = val
,
que por sua vez é equivalente a
settable_event(_env, "x", val)
onde _env
é o ambiente da função sendo executada.
(A variável _env
não é definida em Lua.
Ela foi usada aqui somente para fins didáticos.)
As estruturas de controle if, while e repeat possuem o significado usual e a sintaxe familiar:
comando ::= while exp do bloco end comando ::= repeat bloco until exp comando ::= if exp then bloco {elseif exp then bloco} [else bloco] end
Lua também possui um comando for, o qual possui duas variações (ver §2.4.5).
A expressão da condição de uma estrutura de controle pode retornar qualquer valor. Tanto false como nil são considerados um valor falso. Todos os valores diferentes de nil e false são considerados como verdadeiros (em particular, o número 0 e a cadeia de caracteres vazia também são considerados valores verdadeiros).
No laço repeat–until, o bloco mais interno não termina na palavra-chave until, mas somente depois da condição. Desta forma, a condição pode referenciar variáveis locais declaradas dentro do bloco do laço.
O comando return é usado para retornar valores de uma função ou de um trecho (que nada mais é do que uma função). Funções e trechos podem retornar mais de um valor, de modo que a sintaxe para o comando return é
comando ::= return [listaexp]
O comando break é usado para terminar a execução de um laço while, repeat ou for, pulando para o próximo comando depois do laço:
comando ::= break
Um break termina a execução do laço mais interno.
Os comandos return e break
somente podem ser escritos como o último comando de um bloco.
Se é realmente necessário ter um return ou break no
meio de um bloco,
então um bloco interno explícito pode ser usado,
como nas expressões idiomáticas
do return end
e do break end
,
pois agora tanto o return como o break são os últimos comandos
em seus respectivos blocos (internos).
O comando for possui duas variações: uma numérica e outra genérica.
O laço for numérico repete um bloco de código enquanto uma variável de controle varia de acordo com uma progressão aritmética. Ele possui a seguinte sintaxe:
comando ::= for nome `=´ exp `,´ exp [`,´ exp] do bloco end
O bloco é repetido para nome começando com o valor da primeira exp, até que ele passe o valor da segunda exp através de seguidos passos, sendo que a cada passo o valor da terceira exp é somado a nome. De forma mais precisa, um comando for como
for v = e1, e2, e3 do bloco end
é equivalente ao código:
do local var, limite, passo = tonumber(e1), tonumber(e2), tonumber(e3) if not (var and limite and passo) then error() end while (passo > 0 and var <= limite) or (passo <= 0 and var >= limite) do local v = var bloco var = var + passo end end
Note o seguinte:
var
, limite
e passo
são variáveis invisíveis.
Os nomes foram utilizados aqui somente para fins didáticos.
v
é local ao laço;
não é possível usar o valor desta variável após o fim do for ou depois
do for ter sido interrompido pelo uso de um break.
Se você precisa do valor desta variável,
atribua-o a outra variável antes de interromper ou sair do laço.
O comando for genérico funciona utilizando funções, chamadas de iteradoras. A cada iteração, a função iteradora é chamada para produzir um novo valor, parando quando este novo valor é nil. O laço for genérico possui a seguinte sintaxe:
comando ::= for listadenomes in listaexp do bloco end listadenomes ::= Nome {`,´ Nome}
Um comando for como
for var_1, ···, var_n in explist do block end
é equivalente ao código:
do local f, s, var = explist while true do local var_1, ···, var_n = f(s, var) var = var_1 if var == nil then break end block end end
Note o seguinte:
explist
é avaliada somente uma vez.
Os seus resultados são uma função iteradora,
um estado
e um valor inicial para a primeira variável iteradora.
f
, s
e var
são variáveis invisíveis.
Os nomes foram utilizados aqui somente para fins didáticos.
var_i
são locais ao laço;
não é possível usar os valores delas após o término do for.
Se você precisa destes valores,
você deve atribuí-los a outras variáveis antes de interromper o laço ou sair do mesmo.
Para permitir possíveis efeitos colaterais, funções podem ser executadas como comandos:
comando ::= chamadadefuncao
Neste caso, todos os valores retornados pela função são descartados. Chamadas de função são explicadas em §2.5.8.
Variáveis locais podem ser declaradas em qualquer lugar dentro de um bloco. A declaração pode incluir uma atribuição inicial:
comando ::= local listadenomes [`=´ listaexp]
Caso ocorra uma atribuição inicial, a sua semântica é a mesma de uma atribuição múltipla (ver §2.4.3). Caso contrário, todas as variáveis são inicializadas com nil.
Um trecho também é um bloco (ver §2.4.1) e portanto variáveis locais podem ser declaradas em um trecho fora de qualquer bloco explícito. O escopo de uma variável declarada desta forma se estende até o fim do trecho.
As regras de visibilidade para variáveis locais são explicadas em §2.6.
As expressões básicas em Lua são as seguintes:
exp ::= expprefixo exp ::= nil | false | true exp ::= Numero exp ::= Cadeia exp ::= funcao exp ::= construtortabela exp ::= `...´ exp ::= exp opbin exp exp ::= opunaria exp expprefixo ::= var | chamadadefuncao | `(´ exp `)´
Números e cadeias literais são explicados em §2.1;
variáveis são explicadas em §2.3;
definições de funções são explicadas em §2.5.9;
chamadas de funções são explicadas em §2.5.8;
construtores de tabelas são explicados em §2.5.7.
Expressões vararg,
denotadas por três pontos ('...
'), somente podem ser usadas quando
estão imediatamente dentro de uma função que possui um número variável de argumentos;
elas são explicadas em §2.5.9.
Operadores binários compreendem operadores aritméticos (ver §2.5.1), operadores relacionais (ver §2.5.2), operadores lógicos (ver §2.5.3) e o operador de concatenação (ver §2.5.4). Operadores unários compreendem o menos unário (ver §2.5.1), o not unário (ver §2.5.3) e o operador de comprimento unário (ver §2.5.5).
Tanto chamadas de funções como expressões vararg podem resultar em múltiplos valores. Se uma expressão é usada como um comando (o que somente é possível para chamadas de funções (ver §2.4.6)), então a sua lista de retorno é ajustada para zero elementos, descartando portanto todos os valores retornados. Se uma expressão é usada como o último (ou o único) elemento de uma lista de expressões, então nenhum ajuste é feito (a menos que a chamada seja delimitada por parênteses). Em todos os demais contextos, Lua ajusta a lista de resultados para um elemento, descartando todos os valores exceto o primeiro.
Aqui estão alguns exemplos:
f() -- ajusta para 0 resultados g(f(), x) -- f() é ajustado para 1 resultado g(x, f()) -- g recebe x mais todos os resultados de f() a,b,c = f(), x -- f() é ajustado para 1 resultado (c recebe nil) a,b = ... -- a recebe o primeiro parâmetro da lista vararg, -- b recebe o segundo (tanto a como b podem receber nil caso não -- exista um parâmetro correspondente na lista) a,b,c = x, f() -- f() é ajustado para 2 resultados a,b,c = f() -- f() é ajustado para 3 resultados return f() -- retorna todos os resultados de f() return ... -- retorna todos os resultados recebidos da lista vararg return x,y,f() -- retorna x, y e todos os resultados de f() {f()} -- cria uma lista com todos os resultados de f() {...} -- cria uma lista com todos os parâmetros da lista vararg {f(), nil} -- f() é ajustado para 1 resultado
Qualquer expressão delimitada por parênteses sempre resulta em um único valor.
Dessa forma,
(f(x,y,z))
é sempre um único valor,
mesmo que f
retorne múltiplos valores.
(O valor de (f(x,y,z))
é o primeiro valor retornado por f
,
ou nil se f
não retorna nenhum valor.)
Lua provê os operadores aritméticos usuais:
os operadores binários +
(adição),
-
(subtração), *
(multiplicação),
/
(divisão), %
(módulo) e ^
(exponenciação);
e o operador unário -
(negação).
Se os operandos são números ou cadeias de caracteres que podem ser convertidas para
números (ver §2.2.1),
então todas as operações possuem o seu significado usual.
A exponenciação funciona para qualquer expoente.
Por exemplo, x^(-0.5)
calcula o inverso da raiz quadrada de x
.
Módulo é definido como
a % b == a - math.floor(a/b)*b
Ou seja, é o resto de uma divisão arredondada em direção a menos infinito.
Os operadores relacionais em Lua são
== ~= < > <= >=
Estes operadores sempre possuem como resultado false ou true.
A igualdade (==
) primeiro compara o tipo de seus operandos.
Se os tipos são diferentes, então o resultado é false.
Caso contrário, os valores dos operandos são comparados.
Números e cadeias de caracteres são comparados de maneira usual.
Objetos (valores do tipo table, userdata, thread e function)
são comparados por referência:
dois objetos são considerados iguais somente se eles são o mesmo objeto.
Toda vez que um novo objeto é criado
(um valor com tipo table, userdata, thread ou function)
este novo objeto é diferente de qualquer outro objeto que existia anteriormente.
É possível mudar a maneira como Lua compara os tipos table e userdata através do uso do metamétodo "eq" (ver §2.8).
As regras de conversão em §2.2.1
não se aplicam a comparações de igualdade.
Portanto, "0"==0
é avaliado como false
e t[0]
e t["0"]
denotam posições
diferentes em uma tabela.
O operador ~=
é exatamente a negação da igualdade (==
).
Os operadores de ordem trabalham da seguinte forma.
Se ambos os argumentos são números, então eles são comparados como tais.
Caso contrário, se ambos os argumentos são cadeias de caracteres,
então seus valores são comparados de acordo com a escolha de idioma atual.
Caso contrário, Lua tenta chamar o metamétodo "lt" ou o metamétodo "le"
(ver §2.8).
Uma comparação a > b
é traduzida para b < a
,
ao passo que a >= b
é traduzida para b <= a
.
Os operadores lógicos em Lua são and, or e not. Assim como as estruturas de controle (ver §2.4.4), todos os operadores lógicos consideram false e nil como falso e qualquer coisa diferente como verdadeiro.
O operador de negação not sempre retorna false ou true. O operador de conjunção and retorna seu primeiro argumento se este valor é false ou nil; caso contrário, and retorna seu segundo argumento. O operador de disjunção or retorna seu primeiro argumento se o valor deste é diferente de nil e de false; caso contrário, or retorna o seu segundo argumento. Tanto and como or usam avaliação de curto-circuito; isto é, o segundo operando é avaliado somente quando é necessário. Aqui estão alguns exemplos:
10 or 20 --> 10 10 or error() --> 10 nil or "a" --> "a" nil and 10 --> nil false and error() --> false false and nil --> false false or nil --> nil 10 and 20 --> 20
(Neste manual,
-->
indica o resultado da expressão precedente.)
O operador de concatenação de cadeias de caracteres em Lua é
denotado por dois pontos ('..
').
Se ambos os operandos são cadeias de caracteres ou números, então eles são convertidos para
cadeias de caracteres de acordo com as regras mencionadas em §2.2.1.
Caso contrário, o metamétodo "concat" é chamado (ver §2.8).
O operador de comprimento é denotado pelo operador unário #
.
O comprimento de uma cadeia de caracteres é o seu número de bytes
(isto é, o significado usual de comprimento de uma cadeia quando
cada caractere ocupa um byte).
O comprimento de uma tabela t
é definido como qualquer
índice inteiro n
tal que t[n]
não é nil e t[n+1]
é nil;
além disso, se t[1]
é nil, n
pode ser zero.
Para um array comum, com todos os valores diferentes de nil indo de 1 até um dado n
,
o seu comprimento é exatamente aquele n
,
o índice do seu último valor.
Se o array possui "buracos"
(isto é, valores nil entre dois outros valores diferentes de nil),
então #t
pode ser qualquer um dos índices que
imediatamente precedem um valor nil
(isto é, ele pode considerar qualquer valor nil como o fim do
array).
A precedência de operadores em Lua segue a tabela abaixo, da menor prioridade para a maior:
or and < > <= >= ~= == .. + - * / % not # - (unary) ^
Como é de costume,
você pode usar parênteses para mudar as precedências de uma expressão.
Os operadores de concatenação ('..
') e de exponenciação ('^
')
são associativos à direita.
Todos os demais operadores binários são associativos à esquerda.
Construtores de tabelas são expressões que criam tabelas. Toda vez que um construtor é avaliado, uma nova tabela é criada. Um construtor pode ser usado para criar uma tabelas vazia ou para criar uma tabela e inicializar alguns dos seus campos. A sintaxe geral de construtores é
construtortabela ::= `{´ [listadecampos] `}´ listadecampos ::= campo {separadordecampos campo} [separadordecampos] campo ::= `[´ exp `]´ `=´ exp | Nome `=´ exp | exp separadordecampos ::= `,´ | `;´
Cada campo da forma [exp1] = exp2
adiciona à nova tabela uma entrada
cuja chave é exp1
e cujo valor é exp2
.
Um campo da forma Nome = exp
é equivalente a
["Nome"] = exp
.
Finalmente, campos da forma exp
são equivalentes a
[i] = exp
, onde i
representa números inteiros consecutivos,
iniciando com 1.
Campos nos outros formatos não afetam esta contagem.
Por exemplo,
a = { [f(1)] = g; "x", "y"; x = 1, f(x), [30] = 23; 45 }
é equivalente a
do local t = {} t[f(1)] = g t[1] = "x" -- primeira exp t[2] = "y" -- segunda exp t.x = 1 -- t["x"] = 1 t[3] = f(x) -- terceira exp t[30] = 23 t[4] = 45 -- quarta exp a = t end
Se o último campo na lista possui a forma exp
e a expressão é uma chamada de função ou uma expressão com um número variável de argumentos,
então todos os valores retornados pela expressão entram na lista consecutivamente
(ver §2.5.8).
Para evitar isto,
coloque parênteses ao redor da chamada de função ou da expressão com
número variável de argumentos (ver §2.5).
A lista de campos pode ter um separador a mais no fim, como uma conveniência para código gerado automaticamente.
Uma chamada de função em Lua tem a seguinte sintaxe:
chamadadefuncao ::= expprefixo args
Em uma chamada de função, primeiro expprefixo e args são avaliados. Se o valor de expprefixo possui tipo function, então esta função é chamada com os argumentos fornecidos. Caso contrário, o metamétodo "call" de expprefixo é chamado, tendo como primeiro parâmetro o valor de expprefixo, seguido pelos argumentos originais da chamada (ver §2.8).
A forma
chamadadefuncao ::= expprefixo `:´ Nome args
pode ser usada para chamar "métodos".
Uma chamada v:nome(args)
é um açúcar sintático para v.nome(v,args)
,
com a diferença de que v
é avaliado somente uma vez.
Argumentos possuem a seguinte sintaxe:
args ::= `(´ [listaexp] `)´ args ::= construtordetabela args ::= Cadeia
Todas as expressões fornecidas como argumento são avaliadas antes da chamada.
Uma chamada da forma f{campos}
é
uma açúcar sintático para f({campos})
;
ou seja, a lista de argumentos consiste somente em uma tabela nova.
Uma chamada da forma f'cadeia'
(ou f"cadeia"
ou f[[cadeia]]
)
é um açúcar sintático para f('cadeia')
;
ou seja, a lista de argumentos consiste somente em uma cadeia de caracteres literal.
Uma exceção em relação à sintaxe de formato livre de Lua
é que não é possível colocar uma quebra de linha antes do '(
' em uma chamada de função.
Esta restrição evita algumas ambigüidades na linguagem.
Se você escrevesse
a = f (g).x(a)
Lua poderia ver isto como um comando único, a = f(g).x(a)
.
Portanto, se você deseja dois comandos, você deve obrigatoriamente colocar um ponto-e-vírgula entre eles.
Se você realmente quer chamar f
,
você deve remover a quebra de linha antes de (g)
.
Uma chamada da forma return
chamadadefuncao é denominada
de chamada final.
Lua implementa chamadas finais próprias
(ou recursões finais próprias):
em uma chamada final,
a função chamada reusa a entrada na pilha da função que a chamou.
Portanto, não há limite no número de chamadas finais aninhadas que
um programa pode executar.
Contudo, uma chamada final apaga qualquer informação de depuração sobre a
função chamadora.
Note que uma chamada final somente acontece com uma sintaxe particular,
onde o return possui uma única chamada de função como argumento;
esta sintaxe faz com que a chamada de função retorne exatamente
os valores de retorno da função chamada.
Dessa forma, nenhum dos exemplos a seguir são chamadas finais:
return (f(x)) -- o número de resultados é ajustado para 1 return 2 * f(x) return x, f(x) -- resultados adicionais f(x); return -- resultados descartados return x or f(x) -- o número de resultados é ajustado para 1
A sintaxe para a definição de uma função é
funcao ::= function corpodafuncao funcao ::= `(´ [listapar] `)´ bloco end
O seguinte açúcar sintático simplifica definições de funções:
comando ::= function nomedafuncao corpodafuncao comando ::= local function Nome corpodafuncao nomedafuncao ::= Nome {`.´ Nome} [`:´ Nome]
O comando
function f () corpo end
é traduzido para
f = function () corpo end
O comando
function t.a.b.c.f () corpo end
é traduzido para
t.a.b.c.f = function () corpo end
O comando
local function f () corpo end
é traduzido para
local f; f = function () corpo end
e não para
local f = function () corpo end
(Isto somente faz diferença quando o corpo da função
contém uma referência para f
.)
Uma definição de função é uma expressão executável, cujo valor tem tipo function. Quando Lua pré-compila um trecho, todos os corpos das funções do trecho são pré-compilados também. Então, sempre que Lua executa a definição de uma função, a função é instanciada (ou fechada). Esta instância da função (ou fecho) é o valor final da expressão. Instâncias diferentes da mesma função podem se referir a diferentes variáveis locais externas e podem ter diferentes tabelas de ambiente.
Parâmetros comportam-se como variáveis locais que são inicializadas com os valores dos argumentos:
listapar ::= listadenomes [`,´ `...´] | `...´
Quando uma função é chamada,
a lista de argumentos é ajustada para
o comprimento da lista de parâmetros,
a não ser que a função seja de aridade variável ou vararg,
o que é
indicado por três pontos ('...
') no final da sua lista de parâmetros.
Uma função vararg não ajusta sua lista de argumentos;
ao invés disso, ela coleta todos os argumentos extras e os fornece
para a função através de uma expressão vararg,
a qual também é representada como três pontos.
O valor desta expressão é uma lista de todos os argumentos extras correntes,
similar a uma função com múltiplos valores de retorno.
Se uma expressão vararg é usada dentro de outra expressão
ou no meio de uma lista de expressões,
então a sua lista de valores de retorno é ajustada para um elemento.
Se a expressão é usada como o último elemento de uma lista de expressões,
então nenhum ajuste é feito
(a menos que a última expressão seja delimitada por parênteses).
Como um exemplo, considere as seguintes definições:
function f(a, b) end function g(a, b, ...) end function r() return 1,2,3 end
Neste caso, nós temos o seguinte mapeamento de argumentos para parâmetros e para as expressões vararg:
CHAMADA PARÂMETROS f(3) a=3, b=nil f(3, 4) a=3, b=4 f(3, 4, 5) a=3, b=4 f(r(), 10) a=1, b=10 f(r()) a=1, b=2 g(3) a=3, b=nil, ... --> (nada) g(3, 4) a=3, b=4, ... --> (nada) g(3, 4, 5, 8) a=3, b=4, ... --> 5 8 g(5, r()) a=5, b=1, ... --> 2 3
Resultados são retornados usando o comando return (ver §2.4.4). Se o controle alcança o fim de uma função sem encontrar um comando return, então a função retorna sem nenhum resultado.
A sintaxe de dois pontos
é usada para definir métodos,
isto é, funções que possuem um parâmetro extra implícito self
.
Desta forma, o comando
function t.a.b.c:f (params) corpo end
é uma açúcar sintático para
t.a.b.c.f = function (self, params) corpo end
Lua é uma linguagem com escopo léxico. O escopo das variáveis começa no primeiro comando depois da sua declaração e vai até o fim do bloco mais interno que inclui a declaração. Considere o seguinte exemplo:
x = 10 -- variável global do -- bloco novo local x = x -- novo 'x', com valor 10 print(x) --> 10 x = x+1 do -- outro bloco local x = x+1 -- outro 'x' print(x) --> 12 end print(x) --> 11 end print(x) --> 10 (o x global)
Note que, em uma declaração como local x = x
,
o novo x
sendo declarado não está no escopo ainda
e portanto o segundo x
se refere a uma variável
externa.
Por causa das regras de escopo léxico, variáveis locais podem ser livremente acessadas por funções definidas dentro do seu escopo. Uma variável local usada por uma função mais interna é chamada de upvalue ou variável local externa, dentro da função mais interna.
Note que cada execução de um comando local define novas variáveis locais. Considere o exemplo a seguir:
a = {} local x = 20 for i=1,10 do local y = 0 a[i] = function () y=y+1; return x+y end end
O laço cria dez fechos
(isto é, dez instâncias da função anônima).
Cada um destes fechos usa uma variável y
diferente,
enquanto todos eles compartilham a mesma variável x
.
Dado que Lua é uma linguagem embarcada de extensão,
todas as ações de Lua começam a partir de código C no programa hospedeiro
que chama uma função da biblioteca de Lua (ver lua_pcall
).
Sempre que um erro ocorre durante a compilação ou execução,
o controle retorna para C,
que pode tomar as medidas apropriadas
(tais como imprimir uma mensagem de erro).
O código Lua pode explicitamente gerar um erro através de uma chamada à
função error
.
Se você precisa capturar erros em Lua,
você pode usar a função pcall
.
Todo valor em Lua pode ter uma metatabela.
Esta metatabela é uma tabela Lua comum
que define o comportamento do valor original
com relação a certas operações especiais.
É possível mudar vários aspectos do comportamento
de operações sobre um valor especificando campos específicos na metatabela do valor.
Por exemplo, quando um valor não numérico é o operando de uma adição,
Lua verifica se existe uma função associada com o campo "__add"
na metatabela do valor.
Se a função existe,
Lua chama esta função para realizar a adição.
Chamamos as chaves em uma metatabela de eventos
e os valores de metamétodos.
No exemplo anterior, o evento é "add"
e o metamétodo é a função que realiza a adição.
É possível obter a metatabela de qualquer valor
usando a função getmetatable
.
Você pode mudar a metatabela de tabelas
através da função setmetatable
.
Você não pode mudar a metatabela de outros tipos de Lua
(a menos que você use a biblioteca de depuração);
você deve obrigatoriamente usar a API C para fazer isto.
Tabelas e objetos do tipo userdata completos possuem metatabelas individuais (embora múltiplas tabelas e objetos userdata possam compartilhar suas metatabelas). Valores de todos os outros tipos compartilham um única metatabela por tipo; ou seja, há somente uma metatabela para todos os números, uma para todas as cadeias de caracteres, etc.
Uma metatabela controla como um objeto se comporta em operações aritméticas, comparações com relação à ordem, concatenação, operação de comprimento e indexação. Uma metatabela também pode definir uma função a ser chamada quando um objeto userdata é coletado pelo coletor de lixo. Para cada uma destas operações Lua associa uma chave específica chamada um evento. Quando Lua realiza uma destas operações sobre um valor, Lua verifica se este valor possui uma metatabela com o evento correspondente. Se este é o caso, o valor associado àquela chave (o metamétodo) controla como Lua irá realizar a operação.
Metatabelas controlam as operações listadas a seguir.
Cada operação é identificada por seu nome correspondente.
A chave para cada operação é uma cadeia de caracteres começando com o nome
da operação sendo precedido por dois sublinhados, '__
';
por exemplo, a chave para a operação "add" é a
cadeia "__add"
.
A semântica destas operações é melhor explicada por meio de uma função Lua
que descreve como o interpretador executa a operação.
O código mostrado aqui é meramente ilustrativo;
o comportamento real está codificado no interpretador
e é muito mais eficiente do que esta simulação.
Todas as funções usadas nestes descrições
(rawget
, tonumber
, etc.)
são descritas em §5.1.
Em particular, para recuperar o metamétodo de um dado objeto,
usamos a expressão
metatable(obj)[event]
Isto deve ser lido como
rawget(getmetatable(obj) or {}, event)
Isto é, o acesso a um metamétodo não invoca outros metamétodos e o acesso a objetos que não possuem metatabelas não falha (ele simplesmente resulta em nil).
+
.
A função getbinhandler
abaixo define como Lua escolhe um tratador
para uma operação binária.
Primeiro, Lua tenta o primeiro operando.
Se o seu tipo não definie um tratador para a operação,
então Lua tenta o segundo operando.
function getbinhandler (op1, op2, event) return metatable(op1)[event] or metatable(op2)[event] end
Usando esta função,
o comportamento da expressão op1 + op2
é
function add_event (op1, op2) local o1, o2 = tonumber(op1), tonumber(op2) if o1 and o2 then -- os dois operandos são numéricos? return o1 + o2 -- '+' aqui é a 'add' primitiva else -- pelo menos um dos operandos nao é numérico local h = getbinhandler(op1, op2, "__add") if h then -- chama o tratador com ambos os operandos return (h(op1, op2)) else -- nenhum tratador disponível: comportamento padrão error(···) end end end
-
.
Comportamento similar ao da operação "add".
*
.
Comportamento similar ao da operação "add".
/
.
Comportamento similar ao da operação "add".
%
.
Comportamento similar ao da operação "add",
tendo a operação
o1 - floor(o1/o2)*o2
como operação primitiva.
^
(exponenciação).
Comportamento similar ao da operação "add",
com a função pow
(da biblioteca matemática de C)
como operação primitiva.
-
unária.
function unm_event (op) local o = tonumber(op) if o then -- operando é numérico? return -o -- '-' aqui é a 'unm' primitiva else -- o operando não é numérico. -- Tenta obter um tratador do operando local h = metatable(op).__unm if h then -- chama o tratador com o operando return (h(op)) else -- nenhum tratador disponível: comportamento padrão error(···) end end end
..
(concatenação).
function concat_event (op1, op2) if (type(op1) == "string" or type(op1) == "number") and (type(op2) == "string" or type(op2) == "number") then return op1 .. op2 -- concatenação de cadeias primitiva else local h = getbinhandler(op1, op2, "__concat") if h then return (h(op1, op2)) else error(···) end end end
#
.
function len_event (op) if type(op) == "string" then return strlen(op) -- comprimento de string primitiva elseif type(op) == "table" then return #op -- comprimento de tabela primitiva else local h = metatable(op).__len if h then -- chama o tratador com o operando return (h(op)) else -- nenhum tratador disponível: comportamento padrão error(···) end end end
Veja §2.5.5 para uma descrição do comprimento de um tabela.
==
.
A função getcomphandler
define como Lua escolhe um metamétodo
para operadores de comparação.
Um metamétodo somente é selecionado quando os dois objetos
que estão sendo comparados possuem o mesmo tipo
e o mesmo metamétodo para a operação selecionada.
function getcomphandler (op1, op2, event) if type(op1) ~= type(op2) then return nil end local mm1 = metatable(op1)[event] local mm2 = metatable(op2)[event] if mm1 == mm2 then return mm1 else return nil end end
O evento "eq" é definido da seguinte forma:
function eq_event (op1, op2) if type(op1) ~= type(op2) then -- tipos diferentes? return false -- objetos diferentes end if op1 == op2 then -- igual primitivo? return true -- objetos são iguais end -- tenta metamétodo local h = getcomphandler(op1, op2, "__eq") if h then return (h(op1, op2)) else return false end end
a ~= b
é equivalente a not (a == b)
.
<
.
function lt_event (op1, op2) if type(op1) == "number" and type(op2) == "number" then return op1 < op2 -- comparação numérica elseif type(op1) == "string" and type(op2) == "string" then return op1 < op2 -- comparação lexicográfica else local h = getcomphandler(op1, op2, "__lt") if h then return (h(op1, op2)) else error(···) end end end
a > b
é equivalente a b < a
.
<=
.
function le_event (op1, op2) if type(op1) == "number" and type(op2) == "number" then return op1 <= op2 -- comparação numérica elseif type(op1) == "string" and type(op2) == "string" then return op1 <= op2 -- comparação lexicográfica else local h = getcomphandler(op1, op2, "__le") if h then return (h(op1, op2)) else h = getcomphandler(op1, op2, "__lt") if h then return not h(op2, op1) else error(···) end end end end
a >= b
é equivalente a b <= a
.
Note que, na ausência de um metamétodo "le",
Lua tenta o "lt", assumindo que a <= b
é
equivalente a not (b < a)
.
table[key]
.
function gettable_event (table, key) local h if type(table) == "table" then local v = rawget(table, key) if v ~= nil then return v end h = metatable(table).__index if h == nil then return nil end else h = metatable(table).__index if h == nil then error(···) end end if type(h) == "function" then return (h(table, key)) -- chama o tratador else return h[key] -- ou repete a operação sobre ele end end
table[key] = value
.
function settable_event (table, key, value) local h if type(table) == "table" then local v = rawget(table, key) if v ~= nil then rawset(table, key, value); return end h = metatable(table).__newindex if h == nil then rawset(table, key, value); return end else h = metatable(table).__newindex if h == nil then error(···) end end if type(h) == "function" then h(table, key, value) -- chama o tratador else h[key] = value -- ou repete a operação sobre end end
function function_event (func, ...) if type(func) == "function" then return func(...) -- call primitiva else local h = metatable(func).__call if h then return h(func, ...) else error(···) end end end
Além de metatabelas, objetos do tipo thread, function e userdata possuem outra tabela associada com eles, chamada de seu ambiente. Assim como metatabelas, ambientes são tabelas normais e vários objetos podem compartilhar o mesmo ambiente.
Objetos do tipo thread são criados compartilhando o ambiente da
thread que os criou. Objetos do tipo userdata e funções C são
criados compartilhando o ambiente da função C que os criou.
Funções Lua não aninhadas
(criadas por loadfile
, loadstring
ou load
)
são criadas compartilhando o ambiente da thread que as criou.
Funções Lua aninhadas são criadas compartilhando o ambiente da
função Lua que as criou.
Ambientes associados com objetos do tipo userdata não possuem significado para Lua. É apenas uma conveniência para programadores associarem uma tabela a um objeto userdata.
Ambientes associados com fluxos de execução (threads) são chamados de ambientes globais. Eles são usados como o ambiente padrão pelos fluxos de execução e funções não aninhadas criadas pelo fluxo de execução e podem ser diretamente acessados pelo código C (ver §3.3).
O ambiente associado com uma função C pode ser diretamente acessado pelo código C (ver §3.3). Ele é usado como o ambiente padrão para outras funções C e objetos userdata criados pela função.
Ambientes associados com funções Lua são usados para resolver todos os acessos a variáveis globais dentro da função (ver §2.3). Eles são usados como o ambiente padrão para outras funções Lua criadas pela função.
É possível mudar o ambiente de uma função Lua ou do
fluxo de execução que está sendo executado atualmente chamando setfenv
.
É possível obter o ambiente de uma função Lua ou do fluxo de execução sendo
executado atualmente chamando getfenv
.
Para tratar o ambiente de outros objetos
(userdata, funções C, outros fluxos de execução) você deve obrigatoriamente
usar a API C.
Lua realiza gerenciamento automático da memória. Isto significa que você não precisa se preocupar com a alocação de memória para novos objetos nem com a liberação de memória quando os objetos não são mais necessários. Lua gerencia a memória automaticamente executando um coletor de lixo de tempos em tempos para coletar todos os objetos mortos (ou seja, objetos que não são mais acessíveis a partir de Lua). Toda memória usada por Lua está sujeita ao gerenciamento automático de memória: tabelas, userdata, funções, fluxos de execução, cadeias de caracteres, etc.
Lua implementa um coletor de lixo marca-e-limpa (mark-and-sweep) incremental. O coletor usa dois números para controlar o seu ciclo de coleta de lixo: a pausa do coletor de lixo e o multiplicador de passo do coletor de lixo. O valor de ambos é expresso de forma percentual (ou seja, um valor de 100 representa um valor interno de 1).
A pausa do coletor de lixo controla quanto tempo o coletor espera antes de iniciar um novo ciclo. Valores maiores fazem o coletor ser menos agressivo. Valores menores do que 100 significam que o coletor não irá esperar para iniciar um novo ciclo. Um valor de 200 significa que o coletor irá esperar até que a memória total em uso dobre antes de iniciar um novo ciclo.
O multiplicador de passo controla a velocidade relativa do coletor em relação à alocação de memória. Valores maiores fazem o coletor ser mais agressivo mas também aumentam o tamanho de cada passo incremental. Valores menores do que 100 fazem com que o coletor seja muito lento e pode ocorrer que o coletor nunca termine um ciclo. O valor padrão, 200, significa que o coletor é executado a uma velocidade que é "duas vezes" a velocidade de alocação de memória.
É possível mudar estes números através de chamadas às funções lua_gc
em C
ou collectgarbage
em Lua.
Com estas funções você também pode controlar
o coletor diretamente (e.g., pará-lo e reiniciá-lo).
Usando a API C, você pode configurar os metamétodos do coletor de lixo para objetos userdata (ver §2.8). Estes metamétodos também são chamados de finalizadores. Finalizadores permitem que você coordene a coleta de lixo de Lua com o gerenciamento de recursos externos (tais como o fechamento de arquivos, conexões de rede ou de bancos de dados ou a liberação de sua própria memória).
Objetos userdata com um campo __gc
em suas metatabelas não são
recolhidos imediatamente pelo coletor de lixo.
Ao invés disso, Lua os coloca naquela lista.
Depois que a coleta é realizada,
Lua faz o equivalente da seguinte função
para cada objeto userdata em uma lista:
function gc_event (userdata) local h = metatable(userdata).__gc if h then h(userdata) end end
Ao final do ciclo de coleta de lixo, os finalizadores para os objetos userdata são chamados na ordem reversa ao de sua criação, entre aqueles coletados naquele ciclo. Isto é, o primeiro finalizador a ser chamado é aquele associado com o objeto userdata que foi criado por último no programa. O userdata só é efetivamente liberado no próximo ciclo de coleta de lixo.
Uma tabela fraca é uma tabela cujos elementos são referências fracas. Uma referência fraca é ignorada pelo coletor de lixo. Em outras palavras, se as únicas referências para um objeto são referências fracas, então o coletor de lixo irá coletar este objeto.
Uma tabela fraca pode ter chaves fracas, valores fracos ou ambos.
Uma tabela com chaves fracas permite a coleta de suas chaves
mas impede a coleta de seus valores.
Uma tabela com chaves fracas e valores fracos permite a coleta
tanto das chaves como dos valores.
Em qualquer caso, se a chave é coletada ou o valor é coletado,
o par inteiro é removido da tabela.
A fragilidade de uma tabela é controlada pelo
campo __mode
de sua metatabela.
Se o campo __mode
é uma cadeia de caracteres contendo o caractere 'k
',
as chaves da tabela são fracas.
Se __mode
contém 'v
',
os valores na tabela são fracos.
Depois de usar uma tabela como uma metatabela,
não se deve mudar o valor de seu campo __mode
.
Caso contrário, o comportamento fraco das tabelas controladas por esta
metatabela é indefinido.
Lua oferece suporte a co-rotinas, também conhecidas como fluxos de execução (threads) colaborativos. Uma co-rotina em Lua representa um fluxo de execução independente. Ao contrário de processos leves em sistemas que dão suporte a múltiplos fluxos de execução, uma co-rotina somente suspende sua execução através de uma chamada explícita a uma função de cessão.
É possível criar uma co-rotina com uma chamada à coroutine.create
.
O seu único argumento é uma função
que é a função principal da co-rotina.
A função create
somente cria uma nova co-rotina e
retorna uma referência para ela (um objeto do tipo thread);
ela não inicia a execução da co-rotina.
Quando a função coroutine.resume
é chamada pela primeira vez,
recebendo como seu primeiro argumento
um objeto do tipo thread retornado por coroutine.create
,
a co-rotina inicia a sua execução,
na primeira linha de sua função principal.
Depois que a co-rotina começa a ser executada,
ela continua executando até terminar ou ceder.
Uma função pode terminar sua execução de duas maneiras:
normalmente, quando sua função principal retorna
(explicitamente ou implicitamente, depois da última instrução);
e de maneira anormal, se ocorre um erro não protegido.
No primeiro caso, coroutine.resume
retorna true
mais quaisquer valores retornados pela função principal da co-rotina.
No caso de acontecerem erros, coroutine.resume
retorna false
mais uma mensagem de erro.
Uma co-rotina cede a execução através de uma chamada à função coroutine.yield
.
Quando uma co-rotina cede,
a coroutine.resume
correspondente retorna imediatamente,
mesmo se a cessão aconteceu dentro de uma chamada de função aninhada
(isto é, não ocorreu dentro da função principal,
mas em uma função chamada direta ou indiretamente pela função principal).
No caso de uma cessão, coroutine.resume
também retorna true,
mais quaisquer valores passados para coroutine.yield
.
Na próxima vez que você recomeça a execução da mesma co-rotina,
ela continua sua execução do ponto onde ela cedeu,
com a chamada para coroutine.yield
retornando quaisquer
argumentos extras passados para coroutine.resume
.
Como coroutine.create
,
a função coroutine.wrap
também cria uma co-rotina,
mas ao invés de retornar a própria co-rotina,
ela retorna uma função que, quando chamada, retoma a execução da co-rotina.
Quaisquer argumentos passados para esta função
vão como argumentos extras para coroutine.resume
.
coroutine.wrap
retorna todos os valores retornados por coroutine.resume
,
exceto o primeiro (o código booleano de erro).
Diferentemente de coroutine.resume
,
coroutine.wrap
não captura erros;
qualquer erro é propagado para o chamador.
Como um exemplo, considere o seguinde código:
function foo (a) print("foo", a) return coroutine.yield(2*a) end co = coroutine.create(function (a,b) print("co-body", a, b) local r = foo(a+1) print("co-body", r) local r, s = coroutine.yield(a+b, a-b) print("co-body", r, s) return b, "end" end) print("main", coroutine.resume(co, 1, 10)) print("main", coroutine.resume(co, "r")) print("main", coroutine.resume(co, "x", "y")) print("main", coroutine.resume(co, "x", "y"))
Quando você executá-lo, ele produzirá a seguinte saída:
co-body 1 10 foo 2 main true 4 co-body r main true 11 -9 co-body x y main true 10 end main false cannot resume dead coroutine
Esta seção descreve a API C para Lua, ou seja,
o conjunto de funções C disponíveis para o programa hospedeiro se comunicar
com Lua.
Todas as funções da API, bem como os tipos e constantes relacionados,
estão declarados no arquivo de cabeçalho lua.h
.
Mesmo quando usamos o termo "função", qualquer operação na API pode, de forma alternativa, ser provida como uma macro. Tais macros usam cada um dos seus argumentos exatamente uma vez (com exceção do primeiro argumento, que é sempre um estado Lua) e portanto não geram qualquer efeito colateral oculto.
Como na maioria das bibliotecas C,
as funções da API Lua não verificam a validade ou a consistência dos seus argumentos.
Contudo, é possível mudar este comportamento compilando Lua
com uma definição apropriada para a macro luai_apicheck
,
no arquivo luaconf.h
.
Lua usa uma pilha virtual para passar e receber valores de C. Cada elemento nesta pilha representa um valor Lua (nil, um número, uma cadeia de caracteres, etc.).
Sempre que Lua chama C, a função chamada recebe uma nova pilha,
que é independente de pilhas anteriores e de pilhas de
funções C que ainda estejam ativas.
Esta pilha contém inicialmente quaisquer argumentos para a função C
e é onde a função C empilha os seus resultados
para serem retornados ao chamador (ver lua_CFunction
).
Por conveniência,
a maioria das operações de consulta na API não segue uma disciplina estrita de pilha.
Ao invés disso, elas podem se referir a qualquer elemento na pilha
usando um índice:
Um índice positivo representa uma posição absoluta na pilha
(começando em 1);
um índice negativo representa uma posição relativa ao topo da pilha.
De maneira mais específica, se a pilha possui n elementos,
então o índice 1 representa o primeiro elemento
(isto é, o elemento que foi empilhado na pilha primeiro)
e o
índice n representa o último elemento;
o índice -1 também representa o último elemento
(isto é, o elemento no topo)
e o índice -n representa o primeiro elemento.
Dizemos que um índice é válido
se ele está entre 1 e o topo da pilha
(isto é, se 1 ≤ abs(índice) ≤ topo
).
Quando você interage com a API de Lua,
você é responsável por assegurar consistência.
Em particular,
você é responsável por controlar estouro da pilha.
Você pode usar a função lua_checkstack
para aumentar o tamanho da pilha.
Sempre que Lua chama C,
ela assegura que pelo menos LUA_MINSTACK
posições na pilha estão disponíveis.
LUA_MINSTACK
é definida como 20,
então geralmente você não precisa se preocupar com o espaço da pilha
a menos que o seu código possua laços empilhando elementos na pilha.
A maioria das funções de consulta aceita como índices qualquer valor dentro do
espaço da pilha disponível, isto é, índices até o tamanho máximo da pilha
que você configurou através da função lua_checkstack
.
Tais índices são chamados índices aceitáveis.
Mais formalmente, definimos um índice aceitável
como a seguir:
(índice < 0 && abs(índice) <= topo) || (índice > 0 && índice <= espaçodapilha)
Note que 0 nunca é um índice aceitável.
A menos que seja dito o contrário, qualquer função que aceita índices válidos pode também ser chamada com pseudo-índices, que representam alguns valores Lua que são acessíveis para o código C mas que não estão na pilha. Pseudo-índices são usados para acessar o ambiente do fluxo de execução, o ambiente da função, o registro e os upvalues da função C (ver §3.4).
O ambiente do fluxo de execução (onde as variáveis globais existem) está
sempre no pseudo-índice LUA_GLOBALSINDEX
.
O ambiente da função C rodando está sempre
no pseudo-índice LUA_ENVIRONINDEX
.
Para acessar e mudar o valor de variáveis globais, você pode usar operações de tabelas usuais sobre uma tabela de ambiente. Por exemplo, para acessar o valor de uma variável global, faça
lua_getfield(L, LUA_GLOBALSINDEX, varname);
Quando uma função C é criada,
é possível associar alguns valores a ela,
criando então um fecho C;
estes valores são chamados de upvalues e são
acessíveis para a função sempre que ela é chamada
(ver lua_pushcclosure
).
Sempre que uma função C é chamada,
seus upvalues são posicionados em pseudo-índices específicos.
Estes pseudo-índices são gerados pela macro
lua_upvalueindex
.
O primeiro valor associado com uma função está na posição
lua_upvalueindex(1)
, e assim por diante.
Qualquer acesso a lua_upvalueindex(n)
,
onde n é maior do que o número de upvalues da
função atual (mas não é maior do que 256),
produz um índice aceitável (embora inválido).
Lua provê um registro,
uma tabela pré-definida que pode ser usada por qualquer código C para
armazenar qualquer valor Lua que o código C precise armazenar.
Esta tabela está sempre localizada no pseudo-índice
LUA_REGISTRYINDEX
.
Qualquer biblioteca de C pode armazenar dados nesta tabela,
mas ela deve tomar cuidado para escolher chaves diferentes daquelas usadas
por outras bibliotecas, para evitar colisões.
Tipicamente, você deve usar como chave uma cadeia de caracteres contendo o nome da sua biblioteca
ou um objeto do tipo userdata leve com o endereço de um objeto C em seu código.
As chaves inteiras no registro são usadas pelo mecanismo de referência, implementado pela biblioteca auxiliar, e portanto não devem ser usadas para outros propósitos.
Internamente, Lua usa o mecanismo de longjmp
de C para tratar erros.
(Você pode também utilizar exceções se você usar C++;
veja o arquivo luaconf.h
.)
Quando Lua se depara com qualquer erro
(tais como erros de alocação de memória, erros de tipo, erros de sintaxe
e erros de tempo de execução)
ela dispara um erro;
isto é, ela faz um desvio longo.
Um ambiente protegido usa setjmp
para estabelecer um ponto de recuperação;
qualquer erro desvia o fluxo de execução para o ponto de recuperação ativado mais recentemente.
A maioria das funções na API pode disparar um erro, por exemplo devido a um erro de alocação de memória. A documentação para cada função indica se ela pode disparar erros.
Dentro de uma função C você pode disparar um erro chamando lua_error
.
Listamos aqui todas as funções e tipos da API C em ordem alfabética. Cada função tem um indicador como este: [-o, +p, x]
O primeiro campo, o
,
representa quantos elementos a função desempilha da pilha.
O segundo campo, p
,
indica quantos elementos a função empilha na pilha.
(Qualquer função sempre empilha seus resultados depois de desempilhar seus argumentos.)
Um campo na forma x|y
significa que a função pode empilhar (ou desempilhar)
x
ou y
elementos,
dependendo da situação;
uma marca de interrogação '?
' significa
que não podemos saber quantos elementos a função desempilha/empilha
olhando somente os seus argumentos
(e.g., o número de elementos pode depender do que está na pilha).
O terceiro campo, x
,
diz se a funçao pode disparar erros:
'-
' significa que a função nunca dispara qualquer erro;
'm
' significa que a função pode disparar um erro
somente devido à falta de memória;
'e
' significa que a função pode disparar outros tipos de erro;
'v
' significa que a função pode disparar um erro de maneira proposital.
lua_Alloc
typedef void * (*lua_Alloc) (void *ud, void *ptr, size_t osize, size_t nsize);
O tipo da função de alocação de memória usada pelos estados Lua.
A função de alocação deve prover uma
funcionalidade similar à de realloc
,
mas não exatamente a mesma.
Seus argumentos são
ud
, um ponteiro opaco passado para lua_newstate
;
ptr
, um ponteiro para o bloco sendo alocado/realocado/liberado;
osize
, o tamanho original do bloco;
e nsize
, o novo tamanho do bloco.
ptr
é NULL
se e somente se osize
é zero.
Quando nsize
é zero, a função de alocação deve retornar NULL
;
se osize
é diferente de zero,
o bloco de memória apontado por ptr
deve ser liberado.
Quando nsize
não é zero, a função de alocação retorna NULL
se e somente se ela não pode alocar o tamanho do bloco requisitado.
Quando nsize
não é zero e osize
é zero,
a função de alocação deve comportar-se como malloc
.
Quando nsize
e osize
não são zero,
a função de alocação comporta-se como realloc
.
Lua assume que a função de alocação nunca falha quando
osize >= nsize
.
Temos a seguir uma implementação simples para a função de alocação.
Ela é usada na biblioteca auxiliar por luaL_newstate
.
static void *l_alloc (void *ud, void *ptr, size_t osize, size_t nsize) { (void)ud; (void)osize; /* não utilizados */ if (nsize == 0) { free(ptr); return NULL; } else return realloc(ptr, nsize); }
Este código assume
que free(NULL)
não possui nenhum efeito e que
realloc(NULL, size)
é equivalente a malloc(size)
.
ANSI C garante esses dois comportamentos.
lua_atpanic
[-0, +0, -]
lua_CFunction lua_atpanic (lua_State *L, lua_CFunction panicf);
Estabelece uma nova função de pânico e retorna a função de pânico antiga.
Se um erro ocorre fora de qualquer ambiente protegido,
Lua chama uma função de pânico
e então chama exit(EXIT_FAILURE)
,
terminando então a aplicação hospedeira.
A sua função de pânico pode evitar esta saída caso
ela nunca retorne (e.g., fazendo uma desvio longo).
A função de pânico pode acessar a mensagem de erro no topo da pilha.
lua_call
[-(nargs + 1), +nresults, e]
void lua_call (lua_State *L, int nargs, int nresults);
Chama uma função.
Para chamar uma função você deve usar o seguinte protocolo:
primeiro, a função a ser chamada é empilhada na pilha;
em seguida, os argumentos da função são empilhados
em ordem direta;
isto é, o primeiro argumento é empilhado primeiro.
Por último você chama lua_call
;
nargs
é o número de argumentos que você empilhou na pilha.
Todos os argumentos e o valor da função são desempilhados da pilha
quando a função é chamada.
Os resultados da função são empilhados na pilha quando a função retorna.
O número de resultados é ajustado para nresults
,
a menos que nresults
seja LUA_MULTRET
.
Neste caso, todos os resultados da função são empilhados.
Lua cuida para que os valores retornados caibam dentro do espaço da pilha.
Os resultados da função são empilhados na pilha em ordem direta
(o primeiro resultado é empilhado primeiro),
de modo que depois da chamada o último resultado está no topo da pilha.
Qualquer erro dentro da função chamada é propagado para cima
(com um longjmp
).
O seguinte exemplo mostra como o programa hospedeiro pode fazer o equivalente a este código Lua:
a = f("how", t.x, 14)
Aqui está o mesmo código em C:
lua_getfield(L, LUA_GLOBALSINDEX, "f"); /* função a ser chamada */ lua_pushstring(L, "how"); /* primeiro argumento */ lua_getfield(L, LUA_GLOBALSINDEX, "t"); /* tabela a ser indexada */ lua_getfield(L, -1, "x"); /* empilha o resultado de t.x (2º arg) */ lua_remove(L, -2); /* remove 't' da pilha */ lua_pushinteger(L, 14); /* 3º argumento */ lua_call(L, 3, 1); /* chama 'f' com 3 argumentos e 1 resultado */ lua_setfield(L, LUA_GLOBALSINDEX, "a"); /* estabelece 'a' global */
Note que o código acima é "balanceado": ao seu final, a pilha está de volta à sua configuração original. Isto é considerado uma boa prática de programação.
lua_CFunction
typedef int (*lua_CFunction) (lua_State *L);
O tipo para funções C.
A fim de se comunicar apropriadamente com Lua,
uma função C deve usar o seguinte protocolo,
o qual define o modo como parâmetros e resultados são passados:
uma função C recebe seus argumentos de Lua na sua pilha
em ordem direta (o primeiro argumento é empilhado primeiro).
Portanto, quando a função inicia,
lua_gettop(L)
retorna o número de argumentos recebidos pela função.
O primeiro argumento (se houver) está no índice 1
e seu último argumento está no índice lua_gettop(L)
.
Para retornar valores para Lua, uma função C apenas os empilha na pilha,
em ordem direta (o primeiro resultado é empilhado primeiro)
e retorna o número de resultados.
Qualquer outro valor na pilha abaixo dos resultados será devidamente
descartado por Lua.
Como uma função Lua, uma função C chamada por Lua também pode retornar
muitos resultados.
Como um exemplo, a seguinte função recebe um número variável de argumentos numéricos e retorna a média e a soma deles:
static int foo (lua_State *L) { int n = lua_gettop(L); /* número de argumentos */ lua_Number sum = 0; int i; for (i = 1; i <= n; i++) { if (!lua_isnumber(L, i)) { lua_pushstring(L, "incorrect argument"); lua_error(L); } sum += lua_tonumber(L, i); } lua_pushnumber(L, sum/n); /* primeiro resultado */ lua_pushnumber(L, sum); /* segundo resultado */ return 2; /* número de resultados */ }
lua_checkstack
[-0, +0, m]
int lua_checkstack (lua_State *L, int extra);
Garante que existem pelo menos extra
posições disponíveis na pilha.
A função retorna falso se ela não puder aumentar o tamanho da pilha para o tamanho desejado.
Esta função nunca comprime a pilha;
se a pilha já é maior do que o novo tamanho,
ela não terá o seu tamanho modificado.
lua_close
[-0, +0, -]
void lua_close (lua_State *L);
Destrói todos os objetos no estado Lua fornecido (chamando os metamétodos de coleta de lixo correspondentes, se houver) e libera toda a memória dinâmica usada por aquele estado. Em várias plataformas, pode não ser necessário chamar esta função, porque todos os recursos são naturalmente liberados quando o programa hospedeiro morre. Por outro lado, programas que ficam rodando por muito tempo, como um daemon ou um servidor web, podem precisar liberar estados tão logo eles não sejam mais necessários, para evitar um crescimento demasiado do uso da memória.
lua_concat
[-n, +1, e]
void lua_concat (lua_State *L, int n);
Concatena os n
valores no topo da pilha,
desempilha-os e deixa o resultado no topo da pilha.
Se n
é 1, o resultado é o único valor na pilha
(isto é, a função não faz nada);
se n
é 0, o resultado é a cadeia de caracteres vazia.
A concatenação é realizada de acordo com a semântica usual de Lua
(ver §2.5.4).
lua_cpcall
[-0, +(0|1), -]
int lua_cpcall (lua_State *L, lua_CFunction func, void *ud);
Chama a função C func
em modo protegido.
func
inicia somente com um único elemento na sua pilha,
o objeto userdata leve contendo ud
.
Em caso de erros,
lua_cpcall
retorna o mesmo código de erro de lua_pcall
,
mais o objeto de erro no topo da pilha;
caso contrário, ela retorna zero e não muda a pilha.
Todos os valores retornados por func
são descartados.
lua_createtable
[-0, +1, m]
void lua_createtable (lua_State *L, int narr, int nrec);
Cria uma nova tabela vazia e a empilha no topo da pilha.
A nova tabela possui espaço pré-alocado
para narr
elementos array e nrec
elementos não-array.
Esta pré-alocação é útil quando você sabe exatamente quantos elementos
a tabela irá ter.
Caso contrário você pode usar a função lua_newtable
.
lua_dump
[-0, +0, m]
int lua_dump (lua_State *L, lua_Writer writer, void *data);
Descarrega uma função como um trecho de código binário.
Recebe um função Lua no topo da pilha
e produz um trecho de código binário que,
se carregado novamente,
resulta em uma função equivalente àquela que foi descarregada.
Para produzir partes do trecho de código,
lua_dump
chama a função writer
(ver lua_Writer
)
com o argumento data
fornecido
para escrevê-los.
O valor retornado é o código de erro retornado pela última
chamada à função writer
;
0 significa que não ocorreram erros.
Esta função não desempilha a função Lua da pilha.
lua_equal
[-0, +0, e]
int lua_equal (lua_State *L, int index1, int index2);
Retorna 1 se os dois valores nos índices aceitáveis index1
e
index2
são iguais,
seguindo a semântica do operador ==
de Lua
(ou seja, pode chamar metamétodos).
Caso contrário retorna 0.
Também retorna 0 se qualquer um dos índices não é válido.
lua_error
[-1, +0, v]
int lua_error (lua_State *L);
Gera um erro Lua.
A mensagem de erro (que pode ser de fato um valor Lua de qualquer tipo)
deve estar no topo da pilha.
Esta função faz um desvio longo
e portanto nunca retorna.
(ver luaL_error
).
lua_gc
[-0, +0, e]
int lua_gc (lua_State *L, int what, int data);
Controla o coletor de lixo.
Esta função realiza várias tarefas,
de acordo com o valor do parâmetro what
:
LUA_GCSTOP
:
pára o coletor de lixo.
LUA_GCRESTART
:
reinicia o coletor de lixo.
LUA_GCCOLLECT
:
realiza um ciclo completo de coleta de lixo.
LUA_GCCOUNT
:
retorna a quantidade de memória (em Kbytes) que está sendo usada correntemente por Lua.
LUA_GCCOUNTB
:
retorna o resto da divisão da quantidade de bytes de memória usada correntemente
por Lua por 1024.
LUA_GCSTEP
:
realiza um passo incremental de coleta de lixo.
O "tamanho" do passo é controlado por data
(valores maiores significam mais passos) de maneira não especificada.
Se você quer controlar o tamanho do passo
você deve ajustar de maneira experimental o valor de data
.
A função retorna 1 se o passo finalizou um
ciclo de coleta de lixo
LUA_GCSETPAUSE
:
estabelece data
como o novo valor
para a pausa do coletor (ver §2.10).
A função retorna o valor anterior da pausa.
LUA_GCSETSTEPMUL
:
estabelece data
como o novo valor para o multiplicador de passo
do coletor (ver §2.10).
A função retorna o valor anterior do multiplicador de passo.
lua_getallocf
[-0, +0, -]
lua_Alloc lua_getallocf (lua_State *L, void **ud);
Retorna a função de alocação de memória de um dado estado.
Se ud
não é NULL
, Lua armazena em *ud
o
ponteiro opaco passado para lua_newstate
.
lua_getfenv
[-0, +1, -]
void lua_getfenv (lua_State *L, int index);
Coloca na pilha a tabela de ambiente do valor no índice fornecido.
lua_getfield
[-0, +1, e]
void lua_getfield (lua_State *L, int index, const char *k);
Coloca na pilha o valor t[k]
,
onde t
é o valor no índice válido fornecido.
Como em Lua, esta função pode disparar um metamétodo
para o evento "index" (ver §2.8).
lua_getglobal
[-0, +1, e]
void lua_getglobal (lua_State *L, const char *name);
Coloca na pilha o valor da global name
.
Esta função é definida como uma macro:
#define lua_getglobal(L,s) lua_getfield(L, LUA_GLOBALSINDEX, s)
lua_getmetatable
[-0, +(0|1), -]
int lua_getmetatable (lua_State *L, int index);
Coloca na pilha a metatabela do valor no índice aceitável fornecido. Se o índice não é válido ou se o valor não possui uma metatabela, a função retorna 0 e não coloca nada na pilha.
lua_gettable
[-1, +1, e]
void lua_gettable (lua_State *L, int index);
Coloca na pilha o valor t[k]
,
onde t
é o valor no índice válido fornecido
e k
é o valor no topo da pilha.
Esta função desempilha a chave 'k
'
(colocando o resultado no seu lugar).
Como em Lua, esta função pode disparar um metamétodo
para o evento "index" (ver §2.8).
lua_gettop
[-0, +0, -]
int lua_gettop (lua_State *L);
Retorna o índice do elemento no topo da pilha. Visto que os índices começam em 1, este resultado é igual ao número de elementos na pilha (e portanto 0 significa uma pilha vazia).
lua_insert
[-1, +1, -]
void lua_insert (lua_State *L, int index);
Move o elemento no topo para o índice válido fornecido, deslocando os elementos acima deste índice para abrir espaço. Esta função não pode ser chamada com um pseudo-índice, porque um pseudo-índice não é uma posição real da pilha.
lua_Integer
typedef ptrdiff_t lua_Integer;
O tipo usado pela API Lua para representar valores inteiros.
O tipo padrão é um ptrdiff_t
,
que é usualmente o maior tipo inteiro com sinal que a máquina manipula
"confortavelmente".
lua_isboolean
[-0, +0, -]
int lua_isboolean (lua_State *L, int index);
Retorna 1 se o valor no índice aceitável fornecido possui tipo booleano e 0 caso contrário.
lua_iscfunction
[-0, +0, -]
int lua_iscfunction (lua_State *L, int index);
Retorna 1 se o valor no índice aceitável fornecido é uma função C e 0 caso contrário.
lua_isfunction
[-0, +0, -]
int lua_isfunction (lua_State *L, int index);
Retorna 1 se o valor no índice aceitável fornecido é uma função (C ou Lua) e 0 caso contrário.
lua_islightuserdata
[-0, +0, -]
int lua_islightuserdata (lua_State *L, int index);
Retorna 1 se o valor no índice aceitável fornecido é um objeto userdata leve e 0 caso contrário.
lua_isnil
[-0, +0, -]
int lua_isnil (lua_State *L, int index);
Retorna 1 se o valor no índice aceitável fornecido é nil e 0 caso contrário.
lua_isnone
[-0, +0, -]
int lua_isnone (lua_State *L, int index);
Retorna 1 se o índice aceitável fornecido não é válido (isto é, se ele se refere a um elemento fora do espaço da pilha corrente) e 0 caso contrário.
lua_isnoneornil
[-0, +0, -]
int lua_isnoneornil (lua_State *L, int index);
Retorna 1 se o índice aceitável fornecido não é válido (isto é, se ele se refere a um elemento fora do espaço da pilha corrente) ou se o valor neste índice é nil e 0 caso contrário.
lua_isnumber
[-0, +0, -]
int lua_isnumber (lua_State *L, int index);
Retorna 1 se o valor no índice aceitável fornecido é um número ou uma cadeia de caracteres que pode ser convertida para um número e 0 caso contrário.
lua_isstring
[-0, +0, -]
int lua_isstring (lua_State *L, int index);
Retorna 1 se o valor no índice aceitável fornecido é uma cadeia de caracteres ou um número (o qual sempre pode ser convertido para uma cadeia) e 0 caso contrário.
lua_istable
[-0, +0, -]
int lua_istable (lua_State *L, int index);
Retorna 1 se o valor no índice aceitável fornecido é uma tabela e 0 caso contrário.
lua_isthread
[-0, +0, -]
int lua_isthread (lua_State *L, int index);
Retorna 1 se o valor no índice aceitável fornecido é do tipo thread e 0 caso contrário.
lua_isuserdata
[-0, +0, -]
int lua_isuserdata (lua_State *L, int index);
Retorna 1 se o valor no índice aceitável fornecido é um objeto userdata (completo ou leve) e 0 caso contrário.
lua_lessthan
[-0, +0, e]
int lua_lessthan (lua_State *L, int index1, int index2);
Retorna 1 se o valor no índice aceitável index1
é menor
do que o valor no índice aceitável index2
,
seguindo a semântica do operador <
de Lua
(ou seja, pode chamar metamétodos).
Caso contrário retorna 0.
Também retorna 0 se qualquer um dos índices não for válido.
lua_load
[-0, +1, -]
int lua_load (lua_State *L, lua_Reader reader, void *data, const char *chunkname);
Carrega um trecho de código Lua.
Se não ocorrer nenhum erro,
lua_load
empilha o trecho compilado como uma
função Lua no topo da pilha.
Caso contrário, empilha uma mensagem de erro.
Os valores de retorno de lua_load
são:
LUA_ERRSYNTAX
:
erro de sintaxe durante a pré-compilação;LUA_ERRMEM
:
erro de alocação de memória.Esta função somente carrega um trecho; ela não o executa.
lua_load
automaticamente detecta se o trecho está na forma de texto ou na forma binária
e o carrega de maneira correta (veja o programa luac
).
A função lua_load
usa uma função reader
fornecida pelo usuário
para ler o trecho de código (ver lua_Reader
).
O argumento data
é um valor opaco passado para a função de leitura.
O argumento chunkname
dá um nome ao trecho,
o qual é usado para mensagens de erro e em informações de depuração (ver §3.8).
lua_newstate
[-0, +0, -]
lua_State *lua_newstate (lua_Alloc f, void *ud);
Cria um estado novo independente.
Retorna NULL
se não puder criar o estado
(devido à falta de memória).
O argumento f
é a função de alocação;
Lua faz toda a alocação de memória para este estado através desta função.
O segundo argumento, ud
, é um ponteiro opaco que Lua
simplesmente passa para a função de alocação a cada chamada.
lua_newtable
[-0, +1, m]
void lua_newtable (lua_State *L);
Cria uma nova tabela vazia e a coloca na pilha.
É equivalente a lua_createtable(L, 0, 0)
.
lua_newthread
[-0, +1, m]
lua_State *lua_newthread (lua_State *L);
Cria um novo objeto do tipo thread, coloca-o na pilha
e retorna um ponteiro para um lua_State
que representa este novo fluxo de execução.
O novo fluxo de execução retornado por esta função compartilha todos os objetos globais
(tais como tabelas) com o estado original,
mas possui uma pilha de execução independente.
Não há uma função explícita para terminar ou destruir um fluxo de execução. Objetos do tipo thread estão sujeitos à coleta de lixo, assim como qualquer outro objeto de Lua.
lua_newuserdata
[-0, +1, m]
void *lua_newuserdata (lua_State *L, size_t size);
Esta função aloca um novo bloco de memória com o tamanho fornecido, coloca na pilha um novo objeto userdata completo com o endereço do bloco e retorna este endereço.
Objetos userdata representam valores C em Lua. Um userdata completo representa um bloco de memória. Ele é um objeto (assim como uma tabela): você deve criá-lo, ele pode ter sua própria metatabela e você pode detectar quando ele está sendo coletado. Um objeto userdata completo somente é igual a ele mesmo (usando a igualdade primitiva, sem o uso de metamétodos).
Quando Lua coleta um userdata completo com um metamétodo gc
,
Lua chama o metamétodo e marca o userdata como finalizado.
Quando este userdata é coletado novamente então
Lua libera sua memória correspondente.
lua_next
[-1, +(2|0), e]
int lua_next (lua_State *L, int index);
Desempilha uma chave da pilha
e empilha um par chave-valor da tabela no índice fornecido
(o "próximo" par depois da chave fornecida).
Se não há mais elementos na tabela,
então lua_next
retorna 0 (e não empilha nada).
Um percorrimento típico parece com este:
/* tabela está na pilha no índice 't'' */ lua_pushnil(L); /* primeira chave */ while (lua_next(L, t) != 0) { /* usa 'key' (no índice -2) e 'value' (no índice -1) */ printf("%s - %s\n", lua_typename(L, lua_type(L, -2)), lua_typename(L, lua_type(L, -1))); /* remove 'value'; guarda 'key' para a próxima iteração */ lua_pop(L, 1); }
Durante o percorrimento de uma tabela,
não chame lua_tolstring
diretamente sobre uma chave,
a menos que você saiba que a chave é realmente uma cadeia de carecteres.
Lembre-se que lua_tolstring
altera
o valor no índice fornecido;
isto confunde a próxima chamada para lua_next
.
lua_Number
typedef double lua_Number;
O tipo de números em Lua.
Por padrão, ele é double, mas pode ser mudado em luaconf.h
.
Através do arquivo de configuração é possível mudar Lua para operar com outro tipo para números (e.g., float ou long).
lua_objlen
[-0, +0, -]
size_t lua_objlen (lua_State *L, int index);
Retorna o "comprimento" do valor no índice aceitável fornecido:
para cadeias de caracteres, isto é o comprimento da cadeia;
para tabelas, isto é o resultado do operador de comprimento ('#
');
para objetos do tipo userdata, isto é o tamanho do bloco de memória alocado
para o userdata;
para outros valores, o tamanho é 0.
lua_pcall
[-(nargs + 1), +(nresults|1), -]
int lua_pcall (lua_State *L, int nargs, int nresults, int errfunc);
Chama uma função em modo protegido.
Tanto nargs
quanto nresults
possuem o mesmo significado
que possuíam em lua_call
.
Se não há erros durante a chamada,
lua_pcall
comporta-se exatamente como lua_call
.
Contudo, se há qualquer erro,
lua_pcall
o captura,
coloca um único valor na pilha (a mensagem de erro)
e retorna um código de erro.
Como lua_call
,
lua_pcall
sempre remove a função
e seus argumentos da pilha.
Se errfunc
é 0,
então a mensagem de erro retornada na pilha
é exatamente a mensagem de erro original.
Caso contrário, errfunc
é o índice na pilha de um
função de tratamento de erros.
(Na implementação atual, este índice não pode ser um pseudo-índice.)
No caso de erros de tempo de execução,
esta função será chamada com a mensagem de erro
e seu valor de retorno será a mensagem retornada na pilha por lua_pcall
.
Tipicamente, a função de tratamento de erros é usada para adicionar mais informação
de depuração à mensagem de erro, como um traço da pilha.
Tal informação não pode ser obtida após o retorno de lua_pcall
,
pois neste ponto a pilha já foi desfeita.
A função lua_pcall
retorna 0 em caso de sucesso
ou um dos seguintes códigos de erro
(definidos em lua.h
):
LUA_ERRRUN
:
um erro de tempo de execução.
LUA_ERRMEM
:
erro de alocação de memória.
Para tais erros, Lua não chama a função de tratamento de erros.
LUA_ERRERR
:
erro quando estava executando a função de tratamento de erros.
lua_pop
[-n, +0, -]
void lua_pop (lua_State *L, int n);
Desempilha n
elementos da pilha.
lua_pushboolean
[-0, +1, -]
void lua_pushboolean (lua_State *L, int b);
Empilha um valor booleano com valor b
na pilha.
lua_pushcclosure
[-n, +1, m]
void lua_pushcclosure (lua_State *L, lua_CFunction fn, int n);
Empilha um novo fecho C na pilha.
Quando uma função C é criada,
é possível associar alguns valores a ela,
criando então um fecho C (ver §3.4);
estes valores são então acessíveis para a função sempre que ela é chamada.
Para associar valores com uma função C,
primeiro estes valores devem ser colocados na pilha
(quando há múltiplos valores, o primeiro valor é empilhado primeiro).
Então lua_pushcclosure
é chamada para criar e colocar a função C na pilha,
com o argumento n
informando quantos valores devem ser
associados com a função.
lua_pushcclosure
também desempilha estes valores da pilha.
O valor máximo para n
é 255.
lua_pushcfunction
[-0, +1, m]
void lua_pushcfunction (lua_State *L, lua_CFunction f);
Empilha uma função C na pilha.
Esta função recebe um ponteiro para uma função C
e coloca na pilha um valor Lua do tipo function
que,
quando chamado, invoca a função C correspondente.
Qualquer função para ser registrada em Lua deve
seguir o protocolo correto para receber seus parâmetros
e retornar seus resultados (ver lua_CFunction
).
lua_pushcfunction
é definida como uma macro:
#define lua_pushcfunction(L,f) lua_pushcclosure(L,f,0)
lua_pushfstring
[-0, +1, m]
const char *lua_pushfstring (lua_State *L, const char *fmt, ...);
Coloca na pilha uma cadeia de caracteres formatada
e retorna um ponteiro para esta cadeia.
Ela é similar à função C sprintf
,
mas possui algumas diferenças importantes:
%%
' (insere um '%
' na cadeia),
'%s
' (insere uma cadeia terminada por zero, sem restrições de tamanho),
'%f
' (insere um lua_Number
),
'%p
' (insere um ponteiro como um número hexadecimal),
'%d
' (insere um int
) e
'%c
' (insere um int
como um caractere).
lua_pushinteger
[-0, +1, -]
void lua_pushinteger (lua_State *L, lua_Integer n);
Coloca um número com valor n
na pilha.
lua_pushliteral
[-0, +1, m]
void lua_pushliteral (lua_State *L, const char *s);
Esta macro é equivalente a lua_pushlstring
,
mas somente pode ser usada quando s
é uma cadeia
literal. Nestes casos, a macro automaticamente provê
o comprimento da cadeia.
lua_pushlightuserdata
[-0, +1, -]
void lua_pushlightuserdata (lua_State *L, void *p);
Coloca um objeto do tipo userdata leve na pilha.
Um userdata representa valores de C em Lua. Um userdata leve representa um ponteiro. Ele é um valor (como um número): você não pode criá-lo, ele não possui uma metatabela individual e ele não é coletado (uma vez que ele nunca foi criado). Um userdata leve é igual a "qualquer" userdata leve com o mesmo endereço C.
lua_pushlstring
[-0, +1, m]
void lua_pushlstring (lua_State *L, const char *s, size_t len);
Empilha a cadeia de caracteres apontada por s
com tamanho len
na pilha.
Lua cria (ou reusa) uma cópia interna da cadeia fornecida,
de forma que a memória apontada por s
pode ser liberada ou reutilizada imediatamente após
o retorno da função.
A cadeia pode conter zeros dentro dela.
lua_pushnil
[-0, +1, -]
void lua_pushnil (lua_State *L);
Coloca um valor nil na pilha.
lua_pushnumber
[-0, +1, -]
void lua_pushnumber (lua_State *L, lua_Number n);
Coloca um número com valor n
na pilha.
lua_pushstring
[-0, +1, m]
void lua_pushstring (lua_State *L, const char *s);
Empilha a cadeia terminada por zero apontada por s
na pilha.
Lua cria (ou reusa) uma cópia interna da cadeia fornecida,
de forma que a memória apontada por s
pode ser liberada ou reutilizada imediatamente após
o retorno da função.
A cadeia não pode conter zeros dentro dela;
assume-se que a cadeia termina no primeiro zero.
lua_pushthread
[-0, +1, -]
int lua_pushthread (lua_State *L);
Empilha o fluxo de execução representado por L
na pilha.
Retorna 1 se este fluxo de execução é o fluxo de execução principal do seu estado.
lua_pushvalue
[-0, +1, -]
void lua_pushvalue (lua_State *L, int index);
Empilha uma cópia do elemento no índice válido fornecido na pilha.
lua_pushvfstring
[-0, +1, m]
const char *lua_pushvfstring (lua_State *L, const char *fmt, va_list argp);
Equivalente a lua_pushfstring
, exceto que esta função recebe uma va_list
ao invés de um número variável de argumentos.
lua_rawequal
[-0, +0, -]
int lua_rawequal (lua_State *L, int index1, int index2);
Retorna 1 se os dois valores nos índices aceitáveis index1
e
index2
são iguais primitivamente
(isto é, sem fazer chamadas a metamétodos).
Caso contrário retorna 0.
Também retorna 0 se qualquer um dos índices não for válido.
lua_rawget
[-1, +1, -]
void lua_rawget (lua_State *L, int index);
Similar a lua_gettable
, mas faz um acesso primitivo
(i.e., sem usar metamétodos).
lua_rawgeti
[-0, +1, -]
void lua_rawgeti (lua_State *L, int index, int n);
Coloca na pilha o valor t[n]
,
onde t
é o valor no índice válido fornecido.
O acesso é primitivo;
isto é, ele não invoca metamétodos.
lua_rawset
[-2, +0, m]
void lua_rawset (lua_State *L, int index);
Similar a lua_settable
, mas faz uma atribuição primitiva
(i.e., sem usar metamétodos).
lua_rawseti
[-1, +0, m]
void lua_rawseti (lua_State *L, int index, int n);
Faz o equivalente a t[n] = v
,
onde t
é o valor no índice válido fornecido
e v
é o valor no topo da pilha.
Esta função desempilha o valor da pilha. A atribuição é primitiva; isto é, ela não invoca metamétodos.
lua_Reader
typedef const char * (*lua_Reader) (lua_State *L, void *data, size_t *size);
A função de leitura usada por lua_load
.
Toda vez que ela precisa de outro pedaço do trecho,
lua_load
chama a função de leitura,
passando junto o seu parâmetro data
.
A função de leitura deve retornar um ponteiro para um bloco de memória
com um novo pedaço do trecho
e atribuir a *size
o tamanho do bloco.
O bloco deve existir até que a função de leitura seja chamada novamente.
Para sinalizar o fim do trecho,
a função de leitura deve retornar NULL
ou atribuir zero a size
.
A função de leitura pode retornar pedaços de qualquer tamanho maior do que zero.
lua_register
[-0, +0, e]
void lua_register (lua_State *L, const char *name, lua_CFunction f);
Estabelece a função C f
como o novo valor da global name
.
Esta função é definida como uma macro:
#define lua_register(L,n,f) \ (lua_pushcfunction(L, f), lua_setglobal(L, n))
lua_remove
[-1, +0, -]
void lua_remove (lua_State *L, int index);
Remove o elemento no índice válido fornecido, deslocando para baixo os elementos acima deste índice para preencher o buraco. Esta função não pode ser chamada com um pseudo-índice, visto que o pseudo-índice não é uma posição real da pilha.
lua_replace
[-1, +0, -]
void lua_replace (lua_State *L, int index);
Move o elemento do topo para a posição fornecida (e desempilha-o), sem deslocar qualquer elemento (substituindo portanto o valor na posição fornecida).
lua_resume
[-?, +?, -]
int lua_resume (lua_State *L, int narg);
Inicia e recomeça uma co-rotina em um fluxo de execução.
Para iniciar uma co-rotina, você deve primeiro criar um novo fluxo de execução
(ver lua_newthread
);
em seguida você deve colocar na sua pilha a função principal mais quaisquer argumentos;
por último você chama lua_resume
,
com narg
sendo o número de argumentos.
Esta chamada retorna quando a co-rotina suspende ou finaliza sua execução.
Quando ela retorna, a pilha contém todos os valores passados para lua_yield
ou todos os valores retornados pelo corpo da função.
lua_resume
retorna
LUA_YIELD
se a co-rotina cede,
0 se a co-rotina termina sua execução
sem erros
ou um código de erro no caso de acontecerem erros (ver lua_pcall
).
No caso de erros,
a pilha não é desfeita,
de forma que você pode usar a API de depuração sobre ela.
A mensagem de erro está no topo da pilha.
Para reiniciar uma co-rotina, você deve colocar na pilha dela somente os valores
a serem passados como resultados de yield
e então chamar lua_resume
.
lua_setallocf
[-0, +0, -]
void lua_setallocf (lua_State *L, lua_Alloc f, void *ud);
Muda a função de alocação de um dado estado para f
com objeto userdata ud
.
lua_setfenv
[-1, +0, -]
int lua_setfenv (lua_State *L, int index);
Desempilha uma tabela da pilha e estabelece esta tabela como
sendo o novo ambiente para o valor no índice fornecido.
Se o valor no índice fornecido não é
nem uma função, nem um fluxo de execução e nem um objeto userdata,
lua_setfenv
retorna 0.
Caso contrário a função retorna 1.
lua_setfield
[-1, +0, e]
void lua_setfield (lua_State *L, int index, const char *k);
Faz o equivalente a t[k] = v
,
onde t
é o valor no índice válido fornecido
e v
é o valor no topo da pilha.
Esta função desempilha o valor da pilha. Como em Lua, esta função pode disparar um metamétodo para o evento "newindex" (ver §2.8).
lua_setglobal
[-1, +0, e]
void lua_setglobal (lua_State *L, const char *name);
Desempilha um valor da pilha e
o estabelece como o novo valor da global name
.
Esta função é definida como uma macro:
#define lua_setglobal(L,s) lua_setfield(L, LUA_GLOBALSINDEX, s)
lua_setmetatable
[-1, +0, -]
int lua_setmetatable (lua_State *L, int index);
Desempilha uma tabela da pilha e estabelece esta tabela como a nova metatabela para o valor no índice aceitável fornecido.
lua_settable
[-2, +0, e]
void lua_settable (lua_State *L, int index);
Faz o equivalente a t[k] = v
,
onde t
é o valor no índice válido fornecido,
v
é o valor no topo da pilha
e k
é o valor logo abaixo do topo.
Esta função desempilha tanto a chave como o valor da pilha. Da mesma forma que em Lua, esta função pode disparar um metamétodo para o evento "newindex" (ver §2.8).
lua_settop
[-?, +?, -]
void lua_settop (lua_State *L, int index);
Aceita qualquer índice aceitável, ou 0,
e estabelece este índice como o topo da pilha.
Se o novo topo é maior do que o antigo,
então os novos elementos são preenchidos com nil.
Se index
é 0, então todos os elementos da pilha são removidos.
lua_State
typedef struct lua_State lua_State;
Estrutura opaca que guarda o estado completo de um interpretador Lua. A biblioteca de Lua é totalmente reentrante: não existem variáveis globais. Toda a informação sobre um estado é mantida nesta estrutura.
Um ponteiro para este estado deve ser passado como o primeiro argumento para
toda função na biblioteca, exceto para lua_newstate
,
que cria um novo estado Lua a partir do zero.
lua_status
[-0, +0, -]
int lua_status (lua_State *L);
Retorna o status do fluxo de execução L
.
O status pode ser 0 para um fluxo de execução normal,
um código de erro se o fluxo de execução terminou sua execução com um erro
ou LUA_YIELD
se o fluxo de execução está suspenso.
lua_toboolean
[-0, +0, -]
int lua_toboolean (lua_State *L, int index);
Converte um valor Lua no índice aceitável fornecido para um valor
booleano C (0 ou 1).
Como todos os testes em Lua,
lua_toboolean
retorna 1 para qualquer valor Lua
diferente de false e de nil;
caso contrário a função retorna 0.
A função também retorna 0 quando chamada com um índice não válido.
(Se você quiser aceitar somente valores booleanos de fato,
use lua_isboolean
para testar o tipo do valor.)
lua_tocfunction
[-0, +0, -]
lua_CFunction lua_tocfunction (lua_State *L, int index);
Converte um valor no índice aceitável fornecido para uma função C.
Tal valor deve ser uma função C;
caso contrário, retorna NULL
.
lua_tointeger
[-0, +0, -]
lua_Integer lua_tointeger (lua_State *L, int index);
Converte o valor Lua no índice aceitável fornecido
para o tipo inteiro com sinal lua_Integer
.
O valor Lua deve ser um número ou uma cadeia que pode ser convertida para um número
(ver §2.2.1);
caso contrário, lua_tointeger
retorna 0.
Se o número não é um inteiro, ele é truncado de alguma maneira não especificada.
lua_tolstring
[-0, +0, m]
const char *lua_tolstring (lua_State *L, int index, size_t *len);
Converte o valor Lua no índice aceitável fornecido para uma cadeia C.
Se len
não é NULL
,
a função também estabelece *len
como o comprimento da cadeia.
O valor Lua deve ser uma cadeia de caracteres ou um número;
caso contrário, a função retorna NULL
.
Se o valor é um número,
então lua_tolstring
também
muda o valor real na pilha para uma cadeia.
(Esta mudança confunde lua_next
quando lua_tolstring
é aplicada a chaves durante um percorrimento de tabela.)
lua_tolstring
retorna um ponteiro totalmente alinhado
para uma cadeia de caracteres dentro do estado Lua.
Esta cadeia sempre tem um zero ('\0
')
após o seu último caractere (como em C),
mas pode conter outros zeros no seu corpo.
Visto que Lua possui coleta de lixo,
não há garantia de que o ponteiro retornado por lua_tolstring
será válido após o valor correspondente ser removido da pilha.
lua_tonumber
[-0, +0, -]
lua_Number lua_tonumber (lua_State *L, int index);
Converte o valor Lua no índice aceitável fornecido
para o tipo C lua_Number
(ver lua_Number
).
O valor Lua deve ser um número ou uma cadeia que pode ser convertida para um número
(ver §2.2.1);
caso contrário, lua_tonumber
retorna 0.
lua_topointer
[-0, +0, -]
const void *lua_topointer (lua_State *L, int index);
Converte o valor no índice aceitável fornecido para um
ponteiro C genérico (void*
).
O valor pode ser um objeto userdata, uma tabela, um fluxo de execução ou uma função;
objetos diferentes irão fornecer ponteiros diferentes.
Não há maneira de converter o ponteiro de volta ao seu valor original.
Tipicamente esta função é usada somente para informações de depuração.
lua_tostring
[-0, +0, m]
const char *lua_tostring (lua_State *L, int index);
Equivalente a lua_tolstring
com len
sendo igual a NULL
.
lua_tothread
[-0, +0, -]
lua_State *lua_tothread (lua_State *L, int index);
Converte o valor no índice aceitável fornecido para um fluxo de execução
(representado como lua_State*
).
Este valor deve ser um fluxo de execução;
caso contrário, a função retorna NULL
.
lua_touserdata
[-0, +0, -]
void *lua_touserdata (lua_State *L, int index);
Se o valor no índice aceitável fornecido é um objeto userdata completo,
a função retorna o endereço do seu bloco.
Se o valor é um userdata leve,
a função retorna seu ponteiro.
Caso contrário, retorna NULL
.
lua_type
[-0, +0, -]
int lua_type (lua_State *L, int index);
Retorna o tipo do valor no índice aceitável fornecido
ou LUA_TNONE
para um índice não válido
(isto é, um índice para uma posição da pilha "vazia").
Os tipos retornados por lua_type
são codificados pelas seguintes constantes
definidas em lua.h
:
LUA_TNIL
,
LUA_TNUMBER
,
LUA_TBOOLEAN
,
LUA_TSTRING
,
LUA_TTABLE
,
LUA_TFUNCTION
,
LUA_TUSERDATA
,
LUA_TTHREAD
e
LUA_TLIGHTUSERDATA
.
lua_typename
[-0, +0, -]
const char *lua_typename (lua_State *L, int tp);
Retorna o nome do tipo codificado pelo valor tp
,
que deve ser um dos valores retornados por lua_type
.
lua_Writer
typedef int (*lua_Writer) (lua_State *L, const void* p, size_t sz, void* ud);
O tipo da função de escrita usada por lua_dump
.
Toda vez que ela produz outro pedaço de trecho,
lua_dump
chama a função de escrita,
passando junto o buffer a ser escrito (p
),
seu tamanho (sz
)
e o parâmetro data
fornecido para lua_dump
.
A função de escrita retorna um código de erro:
0 significa nenhum erro;
qualquer outro valor significa um erro e faz lua_dump
parar de
chamar a função de escrita.
lua_xmove
[-?, +?, -]
void lua_xmove (lua_State *from, lua_State *to, int n);
Troca valores entre diferentes fluxos de execução do mesmo estado global.
Esta função desempilha n
valores da pilha from
e os empilha na pilha to
.
lua_yield
[-?, +?, -]
int lua_yield (lua_State *L, int nresults);
Cede uma co-rotina.
Esta função somente deve ser chamada como a expressão de retorno de uma função C, como a seguir:
return lua_yield (L, nresults);
Quando uma função C chama lua_yield
desta maneira,
a co-rotina sendo executada suspende a sua execução
e a chamada a lua_resume
que iniciou esta co-rotina retorna.
O parâmetro results
é o número de valores da pilha
que são passados como resultados para lua_resume
.
Lua não possui mecanismos de depuração pré-definidos. Ao invés disto, ela oferece uma interface especial por meio de funções e ganchos. Esta interface permite a construção de diferentes tipos de depuradores, medidores e outras ferramentas que necessitam de "informação interna" do interpretador.
lua_Debug
typedef struct lua_Debug { int event; const char *name; /* (n) */ const char *namewhat; /* (n) */ const char *what; /* (S) */ const char *source; /* (S) */ int currentline; /* (l) */ int nups; /* (u) número de upvalues */ int linedefined; /* (S) */ int lastlinedefined; /* (S) */ char short_src[LUA_IDSIZE]; /* (S) */ /* parte privada */ outros campos } lua_Debug;
Uma estrutura usada para guardar diferentes pedaços de
informação sobre uma função ativa.
lua_getstack
preenche somente a parte privada
desta estrutura, para uso posterior.
Para preencher os outros campos de lua_Debug
com informação útil,
chame lua_getinfo
.
Os campos de lua_Debug
possuem o seguinte significado:
source
:
Se a função foi definida em uma cadeia de caracters,
então source
é essa cadeia.
Se a função foi definida em um arquivo,
então source
inicia com um '@
' seguido pelo nome do arquivo.
short_src
:
uma versão "adequada" para impressão de source
, para ser usada em mensagens de erro.
linedefined
:
o número da linha onde a definição da função começa.
lastlinedefined
:
o número da linha onde a definição da função termina.
what
:
a cadeia "Lua"
se a função é uma função Lua,
"C"
se ela é uma função C,
"main"
se ela é a parte principal de um trecho
e "tail"
se ela foi uma função que fez uma recursão final.
No último caso,
Lua não possui nenhuma outra informação sobre a função.
currentline
:
a linha corrente onde a função fornecida está executando.
Quando nenhuma informação sobre a linha está disponível,
atribui-se -1 a currentline
.
name
:
um nome razoável para a função fornecida.
Dado que funções em Lua são valores de primeira classe,
elas não possuem um nome fixo:
algumas funções podem ser o valor de múltiplas variáveis globais,
enquanto outras podem estar armazenadas somente em um campo de uma tabela.
A função lua_getinfo
verifica como a função foi
chamada para encontrar um nome adequado.
Se não é possível encontrar um nome,
então atribui-se NULL
a name
.
namewhat
:
explica o campo name
.
O valor de namewhat
pode ser
"global"
, "local"
, "method"
,
"field"
, "upvalue"
ou ""
(a cadeia vazia),
de acordo com como a função foi chamada.
(Lua usa a cadeia vazia quando nenhuma outra opção parece se aplicar.)
nups
:
o número de upvalues da função.
lua_gethook
[-0, +0, -]
lua_Hook lua_gethook (lua_State *L);
Retorna a função de gancho atual.
lua_gethookcount
[-0, +0, -]
int lua_gethookcount (lua_State *L);
Retorna a contagem de gancho atual.
lua_gethookmask
[-0, +0, -]
int lua_gethookmask (lua_State *L);
Retorna a máscara de gancho atual.
lua_getinfo
[-(0|1), +(0|1|2), m]
int lua_getinfo (lua_State *L, const char *what, lua_Debug *ar);
Retorna informação sobre uma função específica ou uma invocação de função específica.
Para obter informação sobre uma invocação de função,
o parâmetro ar
deve ser um registro de ativação válido que foi
preenchido por uma chamada anterior a lua_getstack
ou
foi fornecido como argumento para um gancho (ver lua_Hook
).
Para obter informação sobre uma função você deve colocá-la na pilha
e iniciar a cadeia what
com o caractere '>
'.
(Neste caso,
lua_getinfo
desempilha a função no topo da pilha.)
Por exemplo, para saber em qual linha uma função f
foi definida,
você pode escrever o seguinte código:
lua_Debug ar; lua_getfield(L, LUA_GLOBALSINDEX, "f"); /* obtém a global 'f' */ lua_getinfo(L, ">S", &ar); printf("%d\n", ar.linedefined);
Cada caractere na cadeia what
seleciona alguns campos da estrutura ar
para serem preenchidos ou
um valor a ser empilhado na pilha:
n
': preenche os campos name
e namewhat
;
S
':
preenche os campos source
, short_src
,
linedefined
, lastlinedefined
e what
;
l
': preenche o campo currentline
;
u
': preenche o campo nups
;
f
':
coloca na pilha a função que está
executando no nível fornecido;
L
':
coloca na pilha uma tabela cujos índices são o
número das linhas que são válidas na função.
(Uma linha válida é uma linha com algum código associado,
isto é, uma linha onde você pode colocar um ponto de parada.
Linhas não válidas incluem linhas vazias e comentários.)
Esta função retorna 0 em caso de erro
(por exemplo, no caso de uma opção inválida em what
).
lua_getlocal
[-0, +(0|1), -]
const char *lua_getlocal (lua_State *L, lua_Debug *ar, int n);
Obtém informação sobre uma variável local de um registro de ativação fornecido.
O parâmetro ar
deve ser um registro de ativação válido que foi
preenchido por uma chamada anterior a lua_getstack
ou
foi fornecido como um argumento para um gancho (ver lua_Hook
).
O índice n
seleciona qual variável local inspecionar
(1 é o primeiro parâmetro ou variável local ativa e assim por diante,
até a última variável local ativa).
lua_getlocal
coloca o valor da variável na pilha
e retorna o nome dela.
Nomes de variáveis começando com '(
' (abre parênteses)
representam variáveis internas
(variáveis de controle de laços, temporários e funções C locais.).
Retorna NULL
(e não empilha nada)
quando o índice é maior do que
o número de variáveis locais ativas.
lua_getstack
[-0, +0, -]
int lua_getstack (lua_State *L, int level, lua_Debug *ar);
Obtém informação sobre a pilha de tempo de execução do interpretador.
Esta função preenche partes de uma estrutura lua_Debug
com
uma identificação do registro de ativação
da função executando em um dado nível.
O nível 0 é a função executando atualmente,
ao passo que o nível n+1 é a função que chamou o nível n.
Quando não há erros, lua_getstack
retorna 1;
quando chamada com um nível maior do que a profundidade da pilha,
a função retorna 0.
lua_getupvalue
[-0, +(0|1), -]
const char *lua_getupvalue (lua_State *L, int funcindex, int n);
Obtém informação sobre um upvalue de um fecho.
(Para funções Lua,
upvalues são variáveis locais externas que a função usa
e que são conceitualmente incluídas no fecho dela.)
lua_getupvalue
obtém o índice n
de um upvalue,
coloca o valor do upvalue na pilha
e retorna o nome dele.
funcindex
aponta para o fecho na pilha.
(Upvalues não possuem uma ordem específica,
uma vez que eles são ativos ao longo de toda a função.
Então, eles são numerados em uma ordem arbitrária.)
Retorna NULL
(e não empilha nada)
quando o índice é maior do que o número de upvalues.
Para funções C, esta função usa a cadeia vazia ""
como um nome para todos os upvalues.
lua_Hook
typedef void (*lua_Hook) (lua_State *L, lua_Debug *ar);
O tipo para funções de gancho de depuração.
Sempre que um gancho é chamado, atribui-se ao campo event
de seu argumento ar
o evento específico que disparou o gancho.
Lua identifica estes eventos com a seguintes constantes:
LUA_HOOKCALL
, LUA_HOOKRET
,
LUA_HOOKTAILRET
, LUA_HOOKLINE
e LUA_HOOKCOUNT
.
Além disso, para eventos de linha, o campo currentline
também é atribuído.
Para obter o valor de qualquer campo em ar
,
o gancho deve chamar lua_getinfo
.
Para eventos de retorno, event
pode ser LUA_HOOKRET
,
o valor normal, ou LUA_HOOKTAILRET
.
No último caso, Lua está simulando um retorno de
uma função que fez uma recursão final;
neste caso, é inútil chamar lua_getinfo
.
Enquanto Lua está executando um gancho, ela desabilita outras chamadas a ganchos. Portanto, se um gancho chama Lua de volta para executar uma função ou um trecho, esta execução ocorre sem quaisquer chamadas a ganchos.
lua_sethook
[-0, +0, -]
int lua_sethook (lua_State *L, lua_Hook f, int mask, int count);
Estabelece a função de gancho de depuração.
O argumento f
é uma função de gancho.
mask
especifica sobre quais eventos o gancho será chamado:
ele é formado por uma conjunção bit-a-bit das constantes
LUA_MASKCALL
,
LUA_MASKRET
,
LUA_MASKLINE
e LUA_MASKCOUNT
.
O argumento count
somente possui significado quando a máscara
inclui LUA_MASKCOUNT
.
Para cada evento, o gancho é chamado como explicado abaixo:
count
.
(Este evento somente ocorre quando Lua está executando uma função Lua.)
Um gancho é desabilitado atribuindo-se zero a mask
.
lua_setlocal
[-(0|1), +0, -]
const char *lua_setlocal (lua_State *L, lua_Debug *ar, int n);
Estabelece o valor de uma variável local de um registro de ativação fornecido.
Os parâmetros ar
e n
são como em lua_getlocal
(ver lua_getlocal
).
lua_setlocal
atribui o valor no topo da pilha
à variável e retorna o nome dela.
A função também desempilha o valor da pilha.
Retorna NULL
(e não desempilha nada)
quando o índice é maior do que
o número de variáveis locais ativas.
lua_setupvalue
[-(0|1), +0, -]
const char *lua_setupvalue (lua_State *L, int funcindex, int n);
Estabelece o valor de um upvalue de um fecho.
A função atribui o valor no topo da pilha
ao upvalue e retorna o nome dele.
Ela também desempilha o valor da pilha.
Os parâmetros funcindex
e n
são como na função lua_getupvalue
(ver lua_getupvalue
).
Retorna NULL
(e não desempilha nada)
quando o índice é maior do que o número de upvalues.
A biblioteca auxiliar fornece várias funções convenientes para a interface de C com Lua. Enquanto a API básica fornece as funções primitivas para todas as interações entre C e Lua, a biblioteca auxiliar fornece funções de mais alto nível para algumas tarefas comuns.
Todas as funções da biblioteca auxiliar
são definidas no arquivo de cabeçalho lauxlib.h
e
possuem um prefixo luaL_
.
Todas as funções na biblioteca auxiliar são construídas sobre a API básica e portanto elas não oferecem nada que não possa ser feito com a API básica.
Várias funções na biblioteca auxiliar são usadas para
verificar argumentos de funções C.
O nome delas sempre é luaL_check*
ou luaL_opt*
.
Todas essas funções disparam um erro se a verificação não é satisfeita.
Visto que a mensagem de erro é formatada para argumentos
(e.g., "bad argument #1
"),
você não deve usar estas funções para outros valores da pilha.
Listamos aqui todas as funções e tipos da biblioteca auxiliar em ordem alfabética.
luaL_addchar
[-0, +0, m]
void luaL_addchar (luaL_Buffer *B, char c);
Adiciona o caractere c
ao buffer B
(ver luaL_Buffer
).
luaL_addlstring
[-0, +0, m]
void luaL_addlstring (luaL_Buffer *B, const char *s, size_t l);
Adiciona a cadeia de caracteres apontada por s
com comprimento l
ao
buffer B
(ver luaL_Buffer
).
A cadeia pode conter zeros dentro dela.
luaL_addsize
[-0, +0, m]
void luaL_addsize (luaL_Buffer *B, size_t n);
Adiciona ao buffer B
(ver luaL_Buffer
)
uma cadeia de comprimento n
copiada anteriormente para
a área de buffer (ver luaL_prepbuffer
).
luaL_addstring
[-0, +0, m]
void luaL_addstring (luaL_Buffer *B, const char *s);
Adiciona a cadeia terminada por 0 apontada por s
ao buffer B
(ver luaL_Buffer
).
A cadeia não pode conter zeros dentro dela.
luaL_addvalue
[-1, +0, m]
void luaL_addvalue (luaL_Buffer *B);
Adiciona o valor no topo da pilha
ao buffer B
(ver luaL_Buffer
).
Desempilha o valor.
Esta é a única função sobre buffers de cadeias que pode (e deve) ser chamada com um elemento extra na pilha, que é o valor a ser adicionado ao buffer.
luaL_argcheck
[-0, +0, v]
void luaL_argcheck (lua_State *L, int cond, int narg, const char *extramsg);
Verifica se cond
é verdadeira.
Se não, dispara um erro com a seguinte mensagem,
onde func
é recuperada a partir da pilha de chamada:
bad argument #<narg> to <func> (<extramsg>)
luaL_argerror
[-0, +0, v]
int luaL_argerror (lua_State *L, int narg, const char *extramsg);
Dispara um erro com a seguinte mensagem,
onde func
é recuperada a partir da pilha de chamada:
bad argument #<narg> to <func> (<extramsg>)
Esta função nunca retorna,
mas é idiomático usá-la em funções C
como return luaL_argerror(args)
.
luaL_Buffer
typedef struct luaL_Buffer luaL_Buffer;
O tipo para um buffer de cadeia de caracteres.
Um buffer de cadeia permite código C construir cadeias Lua pouco a pouco. O seu padrão de uso é como a seguir:
b
do tipo luaL_Buffer
.luaL_buffinit(L, &b)
.luaL_add*
.
luaL_pushresult(&b)
.
Esta chamada deixa a cadeia final no topo da pilha.
Durante essa operação normal,
um buffer de cadeia usa um número variável de posições da pilha.
Então, quando você está usando um buffer, você não deve assumir que sabe onde
o topo da pilha está.
Você pode usar a pilha entre chamadas sucessivas às operações de buffer
desde que este uso seja balanceado;
isto é,
quando você chama uma operação de buffer,
a pilha está no mesmo nível
em que ela estava imediatamente após a operação de buffer anterior.
(A única exceção a esta regra é luaL_addvalue
.)
Após chamar luaL_pushresult
a pilha está de volta ao seu
nível quando o buffer foi inicializado,
mais a cadeia final no seu topo.
luaL_buffinit
[-0, +0, e]
void luaL_buffinit (lua_State *L, luaL_Buffer *B);
Inicializa um buffer B
.
Esta função não aloca qualquer espaço;
o buffer deve ser declarado como uma variável
(ver luaL_Buffer
).
luaL_callmeta
[-0, +(0|1), e]
int luaL_callmeta (lua_State *L, int obj, const char *e);
Chama um metamétodo.
Se o objeto no índice obj
possui uma metatabela e esta
metatabela possui um campo e
,
esta função chama esse campo e passa o objeto como seu único argumento.
Neste caso esta função retorna 1 e coloca na pilha
o valor retornado pela chamada.
Se não há metatabela ou metamétodo,
esta função retorna 0 (sem empilhar qualquer valor na pilha).
luaL_checkany
[-0, +0, v]
void luaL_checkany (lua_State *L, int narg);
Verifica se a função tem um argumento
de qualquer tipo (incluindo nil) na posição narg
.
luaL_checkint
[-0, +0, v]
int luaL_checkint (lua_State *L, int narg);
Verifica se o argumento narg
da função é um número
e retorna este número convertido para um int
.
luaL_checkinteger
[-0, +0, v]
lua_Integer luaL_checkinteger (lua_State *L, int narg);
Verifica se o argumento narg
da função é um número
e retorna este número convertido para um lua_Integer
.
luaL_checklong
[-0, +0, v]
long luaL_checklong (lua_State *L, int narg);
Verifica se o argumento narg
da função é um número
e retorna este número convertido para um long
.
luaL_checklstring
[-0, +0, v]
const char *luaL_checklstring (lua_State *L, int narg, size_t *l);
Verifica se o argumento narg
da função é uma cadeia
e retorna esta cadeia;
se l
não é NULL
preenche *l
com o comprimento da cadeia.
Esta função usa lua_tolstring
para obter seu resultado,
de modo que todas as conversões e advertências relacionadas
a lua_tolstring
se aplicam aqui também.
luaL_checknumber
[-0, +0, v]
lua_Number luaL_checknumber (lua_State *L, int narg);
Verifica se o argumento narg
da função é um número
e retorna este número.
luaL_checkoption
[-0, +0, v]
int luaL_checkoption (lua_State *L, int narg, const char *def, const char *const lst[]);
Verifica se o argumento narg
da função é uma cadeia e
procura por esta cadeia no array lst
(o qual deve ser terminado por NULL).
Retorna o índice no array onde a cadeia foi encontrada.
Dispara um erro se o argumento não é uma cadeia ou
se a cadeia não pôde ser encontrada.
Se def
não é NULL
,
a função usa def
como um valor padrão quando
não há argumento narg
ou se este argumento é nil.
Esta é uma função útil para mapear cadeias para enumerações de C. (A convenção usual em bibliotecas Lua é usar cadeias ao invés de números para selecionar opções.)
luaL_checkstack
[-0, +0, v]
void luaL_checkstack (lua_State *L, int sz, const char *msg);
Aumenta o tamanho da pilha para top + sz
elementos,
disparando um erro se a pilha não pode ser aumentada para aquele tamanho.
msg
é um texto adicional a ser colocado na mensagem de erro.
luaL_checkstring
[-0, +0, v]
const char *luaL_checkstring (lua_State *L, int narg);
Verifica se o argumento narg
da função é uma cadeia
e retorna esta cadeia.
Esta função usa lua_tolstring
para obter seu resultado,
de modo que todas as conversões e advertências relacionadas
a lua_tolstring
se aplicam aqui também.
luaL_checktype
[-0, +0, v]
void luaL_checktype (lua_State *L, int narg, int t);
Verifica se o argumento narg
da função tem tipo t
.
Veja lua_type
para a codificação de tipos para t
.
luaL_checkudata
[-0, +0, v]
void *luaL_checkudata (lua_State *L, int narg, const char *tname);
Verifica se o argumento narg
da função é um objeto userdata
do tipo tname
(ver luaL_newmetatable
).
luaL_dofile
[-0, +?, m]
int luaL_dofile (lua_State *L, const char *filename);
Carrega e executa o arquivo fornecido. É definida como a seguinte macro:
(luaL_loadfile(L, filename) || lua_pcall(L, 0, LUA_MULTRET, 0))
A função retorna 0 se não há erros ou 1 em caso de erros.
luaL_dostring
[-0, +?, m]
int luaL_dostring (lua_State *L, const char *str);
Carrega e executa a cadeia fornecida. É definida como a seguinte macro:
(luaL_loadstring(L, str) || lua_pcall(L, 0, LUA_MULTRET, 0))
A função retorna 0 se não há erros ou 1 em caso de erros.
luaL_error
[-0, +0, v]
int luaL_error (lua_State *L, const char *fmt, ...);
Dispara um erro.
O formato da mensagem de erro é dado por fmt
mais quaisquer argumentos extras,
seguindo as mesmas regras de lua_pushfstring
.
Também adiciona no início da mensagem o nome do arquivo
e o número da linha onde o erro ocorreu,
caso esta informação esteja disponível.
Esta função nunca retorna,
mas é idiomático usá-la em funções C
como return luaL_error(args)
.
luaL_getmetafield
[-0, +(0|1), m]
int luaL_getmetafield (lua_State *L, int obj, const char *e);
Coloca na pilha o campo e
da metatabela
do objeto no índice obj
.
Se o objeto não possui uma metatabela
ou se a metatabela não possui este campo,
retorna 0 e não empilha nada.
luaL_getmetatable
[-0, +1, -]
void luaL_getmetatable (lua_State *L, const char *tname);
Coloca na pilha a metatabela associada com o nome tname
no registro (ver luaL_newmetatable
).
luaL_gsub
[-0, +1, m]
const char *luaL_gsub (lua_State *L, const char *s, const char *p, const char *r);
Cria uma cópia da cadeia s
substituindo
qualquer ocorrência da cadeia p
pela cadeia r
.
Coloca a cadeia resultante na pilha e a retorna.
luaL_loadbuffer
[-0, +1, m]
int luaL_loadbuffer (lua_State *L, const char *buff, size_t sz, const char *name);
Carrega um buffer como um trecho de código Lua.
Esta função usa lua_load
para carregar o trecho no
buffer apontado por buff
com tamanho sz
.
Esta função retorna os mesmos resultados de lua_load
.
name
é o nome do trecho,
usado para informações de depuração e mensagens de erro.
luaL_loadfile
[-0, +1, m]
int luaL_loadfile (lua_State *L, const char *filename);
Carrega um arquivo como um trecho de código Lua.
Esta função usa lua_load
para carregar o trecho no arquivo
chamado filename
.
Se filename
é NULL
,
então ela carrega a partir da entrada padrão.
A primeira linha no arquivo é ignorada se ela começa com #
.
Esta função retorna os mesmos resultados de lua_load
,
mas ela possui um código de erro extra LUA_ERRFILE
se ela não pode abrir/ler o arquivo.
Da mesma forma que lua_load
, esta função somente carrega o trecho;
ela não o executa.
luaL_loadstring
[-0, +1, m]
int luaL_loadstring (lua_State *L, const char *s);
Carrega uma cadeia como um trecho de código Lua.
Esta função usa lua_load
para carregar o trecho na
cadeia (terminada por zero) s
.
Esta função retorna os mesmos resultados de lua_load
.
Assim como lua_load
, esta função somente carrega o trecho;
ela não o executa.
luaL_newmetatable
[-0, +1, m]
int luaL_newmetatable (lua_State *L, const char *tname);
Se o registro já possui a chave tname
,
retorna 0.
Caso contrário,
cria uma nova tabela para ser usada como uma metatabela para o objeto userdata,
adiciona esta tabela ao registro com chave tname
e retorna 1.
Em ambos os casos coloca na pilha o valor final associado
com tname
no registro.
luaL_newstate
[-0, +0, -]
lua_State *luaL_newstate (void);
Cria um novo estado Lua.
Chama lua_newstate
com uma
função de alocação baseada na função padrão de C realloc
e então estabelece uma função de pânico (ver lua_atpanic
) que imprime
uma mensagem de erro para a saída de erro padrão em caso de erros
fatais.
Retorna o novo estado
ou NULL
se ocorreu um erro de alocação de memória.
luaL_openlibs
[-0, +0, m]
void luaL_openlibs (lua_State *L);
Abre todas as bibliotecas padrões no estado fornecido.
luaL_optint
[-0, +0, v]
int luaL_optint (lua_State *L, int narg, int d);
Se o argumento narg
da função é um número,
retorna este número convertido para um int
.
Se este argumento está ausente ou se ele é nil,
retorna d
.
Caso contrário, dispara um erro.
luaL_optinteger
[-0, +0, v]
lua_Integer luaL_optinteger (lua_State *L, int narg, lua_Integer d);
Se o argumento narg
da função é um número,
retorna este número convertido para um lua_Integer
.
Se este argumento está ausente ou se ele é nil,
retorna d
.
Caso contrário, dispara um erro.
luaL_optlong
[-0, +0, v]
long luaL_optlong (lua_State *L, int narg, long d);
Se o argumento narg
da função é um número,
retorna este número convertido para um long
.
Se este argumento está ausente ou se ele é nil,
retorna d
.
Caso contrário, dispara um erro.
luaL_optlstring
[-0, +0, v]
const char *luaL_optlstring (lua_State *L, int narg, const char *d, size_t *l);
Se o argumento narg
da função é uma cadeia,
retorna esta cadeia.
Se este argumento está ausente ou se ele nil,
retorna d
.
Caso contrário, dispara um erro.
Se l
não é NULL
,
preenche a posição *l
com o comprimento do resultado.
luaL_optnumber
[-0, +0, v]
lua_Number luaL_optnumber (lua_State *L, int narg, lua_Number d);
Se o argumento narg
da função é um número,
retorna este número.
Se este argumento está ausente ou se ele é nil,
retorna d
.
Caso contrário, dispara um erro.
luaL_optstring
[-0, +0, v]
const char *luaL_optstring (lua_State *L, int narg, const char *d);
Se o argumento narg
da função é uma cadeia,
retorna esta cadeia.
Se este argumento está ausente ou se ele é nil,
retorna d
.
Caso contrário, dispara um erro.
luaL_prepbuffer
[-0, +0, -]
char *luaL_prepbuffer (luaL_Buffer *B);
Retorna um endereço para um espaço de tamanho LUAL_BUFFERSIZE
onde você pode copiar uma cadeia para ser adicionada ao buffer B
(ver luaL_Buffer
).
Após copiar a cadeia para este espaço você deve chamar
luaL_addsize
com o tamanho da cadeia para adicioná-la realmente
ao buffer.
luaL_pushresult
[-?, +1, m]
void luaL_pushresult (luaL_Buffer *B);
Finaliza o uso do buffer B
deixando a cadeia final no
topo da pilha.
luaL_ref
[-1, +0, m]
int luaL_ref (lua_State *L, int t);
Cria e retorna uma referência,
na tabela no índice t
,
para o objeto no topo da pilha (e desempilha o objeto).
Uma referência é uma chave inteira única.
Desde que você não adicione manualmente chaves inteiras na tabela t
,
luaL_ref
garante a unicidade da chave que ela retorna.
Você pode recuperar um objeto referenciado pelo referência r
chamando lua_rawgeti(L, t, r)
.
A função luaL_unref
libera uma referência e o objeto associado a ela.
Se o objeto no topo da pilha é nil,
luaL_ref
retorna a constante LUA_REFNIL
.
A constante LUA_NOREF
é garantidamente diferente
de qualquer referência retornada por luaL_ref
.
luaL_Reg
typedef struct luaL_Reg { const char *name; lua_CFunction func; } luaL_Reg;
O tipo para arrays de funções a serem registrados por
luaL_register
.
name
é o nome da função e func
é um ponteiro para
a função.
Qualquer array de luaL_Reg
deve terminar com uma entrada sentinela
na qual tanto name
como func
são NULL
.
luaL_register
[-(0|1), +1, m]
void luaL_register (lua_State *L, const char *libname, const luaL_Reg *l);
Abre uma biblioteca.
Quando chamada com libname
igual a NULL
,
simplesmente registra todas as funções na lista l
(ver luaL_Reg
) na tabela no topo da pilha.
Quando chamada com um valor de libname
diferente de NULL
,
luaL_register
cria uma nova tabela t
,
estabelece ela como o valor da variável global libname
,
estabelece ela como o valor de package.loaded[libname]
e registra nela todas as funções na lista l
.
Se existe uma tabela em package.loaded[libname]
ou
na variável libname
,
a função reusa esta tabela ao invés de criar uma nova.
Em qualquer caso a função deixa a tabela no topo da pilha.
luaL_typename
[-0, +0, -]
const char *luaL_typename (lua_State *L, int index);
Retorna o nome do tipo do valor no índice fornecido.
luaL_typerror
[-0, +0, v]
int luaL_typerror (lua_State *L, int narg, const char *tname);
Gera um erro com uma mensagem como a seguinte:
location: bad argument narg to 'func' (tname expected, got rt)
onde location
é produzida por luaL_where
,
func
é o nome da função corrente
e rt
é o nome do tipo do argumento.
luaL_unref
[-0, +0, -]
void luaL_unref (lua_State *L, int t, int ref);
Libera a referência ref
da tabela no índice t
(ver luaL_ref
).
A entrada é removida da tabela,
de modo que o objeto referenciado pode ser coletado.
A referência ref
também é liberada para ser usada novamente.
Se ref
é LUA_NOREF
ou LUA_REFNIL
,
luaL_unref
não faz nada.
luaL_where
[-0, +1, m]
void luaL_where (lua_State *L, int lvl);
Coloca na pilha uma cadeia identificando a posição atual
do controle no nível lvl
na pilha de chamada.
Tipicamente esta cadeia possui o seguinte formato:
chunkname:currentline:
Nível 0 é a função executando correntemente, nível 1 é a função que chamou a função que está executando atualmente, etc.
Esta função é usada para construir um prefixo para mensagens de erro.
As bibliotecas padrão de Lua oferecem funções úteis
que são implementadas diretamente através da API C.
Algumas dessas funções oferecem serviços essenciais para a linguagem
(e.g., type
e getmetatable
);
outras oferecem acesso a serviços "externos" (e.g., E/S);
e outras poderiam ser implementadas em Lua mesmo,
mas são bastante úteis ou possuem requisitos de desemepenho críticos que
merecem uma implementação em C (e.g., table.sort
).
Todas as bibliotecas são implementadas atráves da API C oficial e são fornecidas como módulos C separados. Correntemente, Lua possui as seguintes bibliotecas padrão:
Excetuando-se a biblioteca básica e a biblioteca de pacotes, cada biblioteca provê todas as suas funções como campos de uma tabela global ou como métodos de seus objetos.
Para ter acesso a essas bibliotecas,
o programa hospedeiro C deve chamar a função luaL_openlibs
,
que abre todas as bibliotecas padrão.
De modo alternativo,
é possível abri-las individualmente chamando
luaopen_base
(para a biblioteca básica),
luaopen_package
(para a biblioteca de pacotes),
luaopen_string
(para a biblioteca de cadeias de caracteres),
luaopen_table
(para a biblioteca de tabelas),
luaopen_math
(para a biblioteca matemática),
luaopen_io
(para a biblioteca de E/S),
luaopen_os
(para a biblioteca do Sistema Operacional),
e luaopen_debug
(para a biblioteca de depuração).
Essas funções estão declaradas em lualib.h
e não devem ser chamadas diretamente:
você deve chamá-las como qualquer outra função C de Lua,
e.g., usando lua_call
.
A biblioteca de funções básicas oferece algumas funções essenciais a Lua. Se você não incluir esta biblioteca em sua aplicação, você deve verificar cuidadosamente se necessita fornecer implementações para algumas de suas facilidades.
assert (v [, message])
v
é falso (i.e., nil ou false);
caso contrário, retorna todos os seus argumentos.
message
é uma mensagem de erro;
quando ausente, a mensagem padrão é "assertion failed!"
collectgarbage (opt [, arg])
Esta função é uma interface genérica para o coletor de lixo.
Ela realiza diferentes funções de acordo com o seu primeiro argumento, opt
:
arg
(valores maiores significam mais passos) de maneira não especificada.
Se você quer controlar o tamanho do passo
você deve ajustar de maneira experimental o valor de arg
.
Retorna true se o passo terminou um ciclo de coleta de lixo.
arg
como o novo valor para a pausa do
coletor (ver §2.10).
Retorna o valor anterior para a pausa.
arg
como o novo valor para o multiplicador de passo do
coletor (ver §2.10).
Retorna o valor anterior para a pausa.
dofile (filename)
dofile
executa o conteúdo da entrada padrão (stdin
).
Retorna todos os valores retornados pelo trecho.
Em caso de erros, dofile
propaga o erro
para o seu chamador (isto é, dofile
não executa em modo protegido).
error (message [, level])
message
como a mensagem de erro.
A função error
nunca retorna.
Geralmente, error
adiciona alguma informação sobre a posição do erro
no início da mensagem.
O argumento level
especifica como obter a posição do erro.
Quando ele é igual a 1 (o padrão), a posição do erro é onde a
função error
foi chamada.
Quando ele é 2, a posição do erro é onde a função
que chamou error
foi chamada; e assim por diante.
Passando um valor 0 para level
evita a adição de informação da posição do erro
à mensagem.
_G
_G._G = _G
).
Lua por si só não usa esta variável;
uma modificação do seu valor não afeta qualquer ambiente
e vice-versa.
(Use setfenv
para mudar ambientes.)
getfenv ([f])
f
pode ser uma função Lua ou um número
que especifica a função naquele nível de pilha:
a função que chamou getfenv
possui nível 1.
Se a função fornecida não é uma função Lua
ou se f
é 0,
getfenv
retorna o ambiente global.
O valor padrão para f
é 1.
getmetatable (object)
Se object
não possui uma metatabela, retorna nil.
Caso contrário,
se a metatabela do objeto possui um campo "__metatable"
,
retorna o valor associado.
Caso contrário, retorna a metatabela do objeto fornecido.
ipairs (t)
Retorna três valores: uma função iteradora, a tabela t
e 0,
de modo que a construção
for i,v in ipairs(t) do corpo end
irá iterar sobre os pares (1,t[1]
), (2,t[2]
), ···,
até a primeira chave inteira ausente da tabela.
load (func [, chunkname])
Carrega um trecho usando a função func
para obter seus pedaços.
Cada chamada a func
deve retornar uma cadeia de caracteres que concatena
com resultados anteriores.
Quando func
retorna uma cadeia vazia, nil ou quando não retorna nenhum valor, isso indica o fim do trecho.
Se não ocorrerem erros, retorna o trecho compilado como uma função; caso contrário, retorna nil mais a mensagem de erro. O ambiente da função retornada é o ambiente global.
chunkname
é usado como o nome do trecho para mensagens de erro
e informação de depuração.
Quando ausente,
o valor padrão é "=(load)
".
loadfile ([filename])
Similar a load
,
mas obtém o trecho do arquivo filename
ou da entrada padrão,
se nenhum nome de arquivo é fornecido.
loadstring (string [, chunkname])
Similar a load
,
mas obtém o trecho da cadeia fornecida.
Para carregar e rodar uma dada cadeia, use a expressão idiomática
assert(loadstring(s))()
Quando ausente,
o valor padrão para chunkname
é a cadeia fornecida.
next (table [, index])
Permite a um programa pecorrer todos os campos de uma tabela.
Seu primeiro argumento é uma tabela e seu segundo argumento
é um índice nesta tabela.
next
retorna o próximo índice da tabela
e seu valor associado.
Quando chamada com nil como seu segundo argumento,
next
retorna um índice inicial
e seu valor associado.
Quando chamada com o último índice
ou com nil em uma tabela vazia,
next
retorna nil.
Se o segundo argumento está ausente, então ele é interpretado como nil.
Em particular,
você pode usar next(t)
para verificar se a tabela está vazia.
A ordem na qual os índices são enumerados não é especificada,
até mesmo para índices numéricos.
(Para percorrer uma tabela em ordem numérica,
use o for numérico ou a função ipairs
.).
O comportamento de next
é indefinido se,
durante o percorrimento,
você atribuir qualquer valor a um campo não existente na tabela.
Você pode contudo modificar campos existentes.
Em particular, você pode limpar campos existentes.
pairs (t)
Retorna três valores: a função next
, a tabela t
e nil,
de modo que a construção
for k,v in pairs(t) do corpo end
irá iterar sobre todos os pares chave–valor da tabela t
.
Veja a função next
para os cuidados que se deve ter ao modificar
a tabela durante o seu percorrimento.
pcall (f, arg1, ···)
Chama a função f
com
os argumentos fornecidos em modo protegido.
Isto significa que qualquer erro dentro de f
não é propagado;
ao invés disso, pcall
captura o erro
e retorna um código indicando o status.
Seu primeiro resultado é o código de status (um booleano),
que é verdadeiro se a chamada aconteceu sem erros.
Neste caso, pcall
também retorna todos os resultados da chamada,
depois deste primeiro resultado.
No caso de acontecer um erro, pcall
retorna false mais a mensagem de erro.
print (···)
stdout
,
usando a função tostring
para convertê-los para cadeias de caracteres.
print
não é projetada para saída formatada,
mas somente como uma maneira rápida de mostrar um valor,
tipicamente para depuração.
Para saída formatada, use string.format
.
rawequal (v1, v2)
v1
é igual a v2
,
sem invocar nenhum metamétodo.
Retorna um booleano.
rawget (table, index)
table[index]
,
sem invocar nenhum metamétodo.
table
deve ser uma tabela;
index
pode ser qualquer valor.
rawset (table, index, value)
value
como o valor real de table[index]
,
sem invocar nenhum metamétodo.
table
deve ser uma tabela,
index
pode ser qualquer valor diferente de nil
e value
pode ser qualquer valor Lua.
Essa função retorna table
.
select (index, ···)
Se index
é um número,
retorna todos os argumentos após o argumento número index
.
Caso contrário, index
deve ser a cadeia "#"
e select
retorna o número total de argumentos extras recebidos.
setfenv (f, table)
Estabelece o ambiente a ser usado pela função fornecida.
f
pode ser uma função Lua ou um número
que especifica a função naquele nível de pilha:
a função chamando setfenv
possui nível 1.
setfenv
retorna a função fornecida.
Como um caso especial, quando f
é 0 setfenv
muda
o ambiente do fluxo de execução corrente.
Neste caso, setfenv
não retorna nenhum valor.
setmetatable (table, metatable)
Estabelece a metatabela para a tabela fornecida.
(Você não pode mudar a metatabela de outros tipos a partir de Lua, somente a partir de C.)
Se metatable
é nil,
remove a metatabela da tabela fornecida.
Se a metatabela original tem um campo "__metatable"
,
dispara um erro.
Essa função retorna table
.
tonumber (e [, base])
tonumber
retorna este número;
caso contrário, retorna nil.
Um argumento opcional especifica a base para interpretar o numeral.
A base pode ser qualquer inteiro entre 2 e 36, inclusive.
Em bases acima de 10, a letra 'A
' (maiúscula ou minúscula)
representa 10, 'B
' representa 11 e assim por diante,
com 'Z
' representando 35.
Na base 10 (o padrão), o número pode ter uma parte decimal,
bem como uma parte expoente opcional (ver §2.1).
Em outras bases, somente inteiros sem sinal são aceitos.
tostring (e)
string.format
.
Se a metatabela de e
possui um campo "__tostring"
,
então tostring
chama o valor correspondente
com e
como argumento
e usa o resultado da chamada como o seu resultado.
type (v)
nil
" (uma cadeia de caracteres, não o valor nil),
"number
",
"string
",
"boolean
",
"table
",
"function
",
"thread
"
e "userdata
".
unpack (list [, i [, j]])
return list[i], list[i+1], ···, list[j]
exceto que o código acima pode ser escrito somente para um número fixo
de elementos.
Por padrão, i
é 1 e j
é o comprimento da lista,
como definido pelo operador de comprimento (ver §2.5.5).
_VERSION
Lua 5.1
".
xpcall (f, err)
Esta função é similar a pcall
,
exceto que você pode estabelecer um novo tratador de erros.
xpcall
chama a função f
em modo protegido,
usando err
como um tratador de erros.
Qualquer erro dentro de f
não é propagado;
ao invés disso, xpcall
captura o erro,
chama a função err
com o objeto de erro original
e retorna um código indicando um status.
Seu primeiro resultado é o código de status (um booleano),
que é verdadeiro se a chamada ocorreu sem erros.
Neste caso, xpcall
também retorna todos os resultados da chamada,
depois deste primeiro resultado.
Em caso de erro,
xpcall
retorna false mais o resultado de err
.
As operações relacionadas a co-rotinas constituem uma sub-biblioteca da
biblioteca básica e estão dentro da tabela coroutine
.
Veja §2.11 para uma descrição geral de co-rotinas.
coroutine.create (f)
Cria uma nova co-rotina, com corpo f
.
f
deve ser uma função Lua.
Retorna esta nova co-rotina,
um objeto com tipo "thread"
.
coroutine.resume (co [, val1, ···])
Inicia ou continua a execução da co-rotina co
.
Na primeira vez que você "continua" uma co-rotina,
ela começa executando o seu corpo.
Os valores val1
, ··· são passados
como os argumentos para o corpo da função.
Se a co-rotina já cedeu a execução antes,
resume
a continua;
os valores val1
, ··· são passados
como os resultados da cessão.
Se a co-rotina executa sem nenhum erro,
resume
retorna true mais quaisquer valores passados para yield
(se a co-rotina cede) ou quaisquer valores retornados pelo corpo da função
(se a co-rotina termina).
Se há qualquer erro,
resume
retorna false mais a mensagem de erro.
coroutine.running ()
Retorna a co-rotina sendo executada ou nil quando chamada pelo fluxo de execução principal.
coroutine.status (co)
Retorna o status da co-rotina co
, como uma cadeia de caracteres:
"running"
,
se a co-rotina está executando (isto é, ela chamou status
);
"suspended"
, se a co-rotina está suspensa em uma chamada a yield
ou se ela não começou a sua execução ainda;
"normal"
se a co-rotina está ativa mas não está executando
(isto é, ela continuou outra co-rotina);
e "dead"
se a co-rotina terminou sua função principal
ou se ela parou com um erro.
coroutine.wrap (f)
Cria uma nova co-rotina, com corpo f
.
f
deve ser uma função Lua.
Retorna uma função que recomeça a co-rotina cada vez que é chamada.
Quaisquer argumentos passados para a função comportam-se como os
argumentos extras para resume
.
Retorna os mesmos valores retornados por resume
,
exceto o primeiro booleano.
Em caso de erro, propaga o erro.
coroutine.yield (···)
Suspende a execução da co-rotina chamadora.
A co-rotina não pode estar executando uma função C,
um metamétodo ou um iterador.
Quaisquer argumentos para yield
são passados como resultados extras para resume
.
A biblioteca de pacotes provê facilidades
básicas para carregar e construir módulos em Lua.
Ela exporta duas de suas funções diretamente no ambiente global:
require
e module
.
Todas as outras funções são exportadas em uma tabela package
.
module (name [, ···])
Cria um módulo.
Se há uma tabela em package.loaded[name]
,
esta tabela é o módulo.
Caso contrário, se existe uma tabela global t
com o nome fornecido,
esta tabela é o módulo.
Caso contrário cria uma nova tabela t
e
a estabelece como o valor da global name
e
o valor de package.loaded[name]
.
Esta função também inicializa t._NAME
com o nome fornecido,
t._M
com o módulo (o próprio t
)
e t._PACKAGE
com o nome do pacote
(o nome do módulo completo menos o último componente; veja abaixo).
Finalmente, module
estabelece t
como o novo ambiente
da função corrente e o novo valor de package.loaded[name]
,
de modo que require
retorna t
.
Se name
é um nome composto
(isto é, um nome com componentes separados por pontos),
module
cria (ou reusa, se elas já existem)
tabelas para cada componente.
Por exemplo, se name
é a.b.c
,
então module
armazena a tabela do módulo no campo c
do
campo b
da global a
.
Esta função pode receber algumas opções depois do nome do módulo, onde cada opção é uma função a ser aplicada sobre o módulo.
require (modname)
Carrega o módulo fornecido.
Esta função começa procurando na tabela package.loaded
para determinar se modname
já foi carregado.
Em caso afirmativo, require
retorna o valor armazenado
em package.loaded[modname]
.
Caso contrário, ela tenta achar um carregador para o módulo.
Para encontrar um carregador,
require
é guiada pelo array package.loaders
.
Modificando este array,
podemos mudar como require
procura por um módulo.
A seguinte explicação é baseada na configuração padrão
para package.loaders
.
Primeiro require
consulta package.preload[modname]
.
Se existe um valor nesse campo,
este valor (que deve ser uma função) é o carregador.
Caso contrário require
busca por um carregador Lua usando o
caminho armazenado em package.path
.
Se isso também falha, ela busca por um carregador C usando o
caminho armazenado em package.cpath
.
Se isso também falha,
ela tenta um carregador tudo-em-um (ver package.loaders
).
Uma vez que um carregador é encontrado,
require
chama o carregador com um único argumento, modname
.
Se o carregador retorna qualquer valor,
require
atribui o valor retornado a package.loaded[modname]
.
Se o carregador não retorna nenhum valor e
não foi atribuído nenhum valor a package.loaded[modname]
,
então require
atribui true a esta posição.
Em qualquer caso, require
retorna o
valor final de package.loaded[modname]
.
Se ocorre um erro durante o carregamento ou a execução do módulo
ou se não é possível encontrar um carregador para o módulo,
então require
sinaliza um erro.
package.cpath
O caminho usado por require
para procurar por um carregador C.
Lua inicializa o caminho C package.cpath
da mesma forma
que inicializa o caminho Lua package.path
,
usando a variável de ambiente LUA_CPATH
ou um caminho padrão definido em luaconf.h
.
package.loaded
Uma tabela usada por require
para controlar quais
módulos já foram carregados.
Quando você requisita um módulo modname
e
package.loaded[modname]
não é falso,
require
simplesmente retorna o valor armazenado lá.
package.loaders
Uma tabela usada por require
para controlar como carregar módulos.
Cada posição nesta tabela é uma função buscadora.
Quando está procurando um módulo,
require
chama cada uma destas funções buscadoras em ordem crescente,
com o nome do módulo (o argumento fornecido a require
) como seu
único parâmetro.
A função pode retornar outra função (o carregador do módulo)
ou uma cadeia de caracteres explicando porque ela não achou aquele módulo
(ou nil se ela não tem nada a dizer).
Lua inicializa esta tabela com quatro funções.
A primeira função buscadora simplesmente procurar um carregador no
tabela package.preload
.
A segunda função buscadora procura um carregador como uma biblioteca Lua,
usando o caminho armazenado em package.path
.
Um caminho é uma seqüência de padrões separados por ponto-e-vírgulas.
Para cada padrão,
a função buscadora irá mudar cada ponto
de interrogação no padrão para filename
,
que é o nome do módulo com cada ponto substituído por um
"separador de diretório" (como "/
" no Unix);
então ela tentará abrir o nome do arquivo resultante.
Por exemplo, se o caminho é a cadeia de caracteres
"./?.lua;./?.lc;/usr/local/?/init.lua"
a busca por um arquivo Lua para o módulo foo
tentará abrir os arquivos
./foo.lua
, ./foo.lc
e
/usr/local/foo/init.lua
, nessa ordem.
A terceira função buscadora procura um carregador como uma biblioteca C,
usando o caminho fornecido pela variável package.cpath
.
Por exemplo,
se o caminho C é a cadeia
"./?.so;./?.dll;/usr/local/?/init.so"
a função buscadora para o módulo foo
tentará abrir os arquivos ./foo.so
, ./foo.dll
e /usr/local/foo/init.so
, nessa ordem.
Uma vez que ela encontra uma biblioteca C,
esta função buscadora primeiro usa uma facilidade de ligação dinâmica para ligar a
aplicação com a biblioteca.
Então ela tenta encontrar uma função C dentro da biblioteca para
ser usada como carregador.
O nome desta função C é a cadeia "luaopen_
"
concatenada com uma cópia do nome do módulo onde cada ponto
é substituído por um sublinhado.
Além disso, se o nome do módulo possui um hífen,
seu prefixo até (e incluindo) o primeiro hífen é removido.
Por exemplo, se o nome do módulo é a.v1-b.c
,
o nome da função será luaopen_b_c
.
A quarta função buscadora tenta um carregador tudo-em-um.
Ela procura no caminho C uma biblioteca para
a raiz do nome do módulo fornecido.
Por exemplo, quando requisitando a.b.c
,
ela buscará por uma biblioteca C para a
.
Se encontrar, ela busca nessa biblioteca por uma função de abertura para
o submódulo;
no nosso exemplo, seria luaopen_a_b_c
.
Com esta facilidade, um pacote pode empacotar vários submódulos C
dentro de uma única biblioteca,
com cada submódulo guardando a sua função de abertura original.
package.loadlib (libname, funcname)
Liga dinamicamente o programa hospedeiro com a biblioteca C libname
.
Dentro desta biblioteca, procura por uma função funcname
e retorna essa função como uma função C.
(Desse modo, funcname
deve seguir o protocolo (ver lua_CFunction
)).
Esta é uma função de baixo nível.
Ela contorna completamente o sistema de pacotes e de módulos.
Diferentemente de require
,
ela não realiza qualquer busca de caminho e
não adiciona extensões automaticamente.
libname
deve ser o nome do arquivo completo da biblioteca C,
incluindo se necessário um caminho e uma extensão.
funcname
deve ser o nome exato exportado pela biblioteca C
(que pode depender de como o compilador e o ligador C são usados).
Esta função não é provida por ANSI C.
Dessa forma, ela está disponível somente em algumas plataformas
(Windows, Linux, Mac OS X, Solaris, BSD,
mais outros sistemas Unix que dão suporte ao padrão dlfcn
).
package.path
O caminho usado por require
para buscar um carregador Lua.
Ao iniciar, Lua inicializa esta variável com
o valor da variável de ambiente LUA_PATH
ou
com um caminho padrão definido em luaconf.h
,
se a variável de ambiente não está definida.
Qualquer ";;
" no valor da variável de ambiente
será substituído pelo caminho padrão.
package.preload
Uma tabela para armazenar carregadores para módulos específicos
(ver require
).
package.seeall (module)
Estabelece uma metatabela para module
com
seu campo __index
se referindo ao ambiente global,
de modo que esse módulo herda valores
do ambiente global.
Para ser usada como uma opção à função module
.
Esta biblioteca provê funções genéricas para a manipulação de cadeias de caracteres, tais como encontrar e extrair subcadeias e casamento de padrões. Ao indexar uma cadeia em Lua, o primeiro caractere está na posição 1 (não na posição 0, como em C). Índices podem ter valores negativos e são interpretados como uma indexação de trás para frente, a partir do final da cadeia. Portanto, o último caractere está na posição -1 e assim por diante.
A biblioteca de cadeias provê todas as suas funções dentro da tabela
string
.
Ela também estabelece uma metatabela para cadeias
onde o campo __index
aponta para a tabela string
.
Em conseqüência disso, você pode usar as funções de cadeias em um estilo orientado a objetos.
Por exemplo, string.byte(s, i)
pode ser escrito como s:byte(i)
.
A biblioteca de manipulação de cadeias assume que cada caracter é codificado usando um byte.
string.byte (s [, i [, j]])
s[i]
,
s[i+1]
, ···, s[j]
.
O valor padrão para i
é 1;
o valor padrão para j
é i
.
Note que códigos numéricos não são necessariamente portáveis entre plataformas.
string.char (···)
Note que códigos numéricos não são necessariamente portáveis entre plataformas.
string.dump (function)
Retorna uma cadeia contendo a representação binária da função fornecida,
de modo que um loadstring
posterior nesta cadeia retorna
uma cópia da função.
function
deve ser uma função Lua sem upvalues.
string.find (s, pattern [, init [, plain]])
pattern
na cadeia s
.
Se a função acha um casamento, então find
retorna os índices de s
onde esta ocorrência começou e terminou;
caso contrário, retorna nil.
O terceiro argumento, init
, é um valor numérico opcional e especifica
onde iniciar a busca;
seu valor padrão é 1 e pode ser negativo.
Um valor true para o quarto argumento, plain
, que é opcional,
desabilita as facilidades de casamento de padrões,
de modo que a função faz uma operação "encontra subcadeia" simples,
sem considerar nenhum caractere em pattern
como "mágico".
Note que se plain
é fornecido, então init
deve ser fornecido também.
Se o padrão possui capturas, então em um casamento bem-sucedido os valores capturados são também retornados, após os dois índices.
string.format (formatstring, ···)
printf
de
funções C padrão.
As únicas diferenças são que as opções/modificadores
*
, l
, L
, n
, p
e h
não são oferecidas
e que há uma opção extra, q
.
A opção q
formata uma cadeia em uma forma adequada para ser lida de volta de
forma segura pelo interpretador Lua;
a cadeia é escrita entre aspas duplas
e todas as aspas duplas, quebras de linha, barras invertidas
e zeros dentro da cadeia
são corretamente escapados quando escritos.
Por exemplo, a chamada
string.format('%q', 'a string with "quotes" and \n new line')
produzirá a cadeia:
"a string with \"quotes\" and \ new line"
As opções c
, d
, E
, e
, f
,
g
, G
, i
, o
, u
, X
e x
esperam um número como argumento,
enquanto que q
e s
esperam uma cadeia.
Esta função não aceita valores de cadeias
contendo zeros dentro delas,
exceto quando esses valores são argumentos para a opção q
.
string.gmatch (s, pattern)
pattern
na cadeia s
.
Se pattern
não especifica nenhuma captura,
então o casamento inteiro é produzido a cada chamada.
Como um exemplo, o seguinte laço
s = "hello world from Lua" for w in string.gmatch(s, "%a+") do print(w) end
irá iterar sobre todas as palavras da cadeia s
,
imprimindo uma por linha.
O próximo exemplo coleta todos os pares key=value
da
cadeia fornecida e os coloca em uma tabela:
t = {} s = "from=world, to=Lua" for k, v in string.gmatch(s, "(%w+)=(%w+)") do t[k] = v end
Para essa função, um '^
' no início de um padrão não
funciona como uma âncora, visto que isso iria impedir a iteração.
string.gsub (s, pattern, repl [, n])
s
na qual todas as (ou as primeiras n
, se fornecido)
ocorrências de pattern
são
substituídas por uma cadeia de substituição especificada por repl
,
que pode ser uma cadeia, uma tabela ou uma função.
gsub
também retorna, como seu segundo valor,
o número total de substituições que ocorreram.
Se repl
é uma cadeia, então seu valor é usado para a substituição.
O caractere %
funciona como um caractere de escape:
qualquer seqüência em repl
da forma %n
,
com n entre 1 e 9,
representa o valor da n-ésima subcadeia capturada (veja abaixo).
A seqüência %0
representa o casamento inteiro.
A seqüência %%
representa um %
simples.
Se repl
é uma tabela, então a tabela é consultada a cada casamento,
usando a primeira captura como a chave;
se o padrão não especifica nenhuma captura,
então o casamento inteiro é usado como a chave.
Se repl
é uma função, então esta função é chamada toda vez que o
casamento ocorre, com todas as subcadeias capturadas sendo passadas como argumentos,
na ordem em que foram capturadas;
se o padrão não especifica nenhuma captura,
então o casamento inteiro é passado como um único argumento.
Se o valor retornado pela consulta à tabela ou pela chamada de função é uma cadeia ou um número, então esse valor é usado como a cadeia de substituição; caso contrário, se ele é false ou nil, então não há substituição (isto é, o casamento original é mantido na cadeia).
Aqui estão alguns exemplos:
x = string.gsub("hello world", "(%w+)", "%1 %1") --> x="hello hello world world" x = string.gsub("hello world", "%w+", "%0 %0", 1) --> x="hello hello world" x = string.gsub("hello world from Lua", "(%w+)%s*(%w+)", "%2 %1") --> x="world hello Lua from" x = string.gsub("home = $HOME, user = $USER", "%$(%w+)", os.getenv) --> x="home = /home/roberto, user = roberto" x = string.gsub("4+5 = $return 4+5$", "%$(.-)%$", function (s) return loadstring(s)() end) --> x="4+5 = 9" local t = {name="lua", version="5.1"} x = string.gsub("$name-$version.tar.gz", "%$(%w+)", t) --> x="lua-5.1.tar.gz"
string.len (s)
""
tem comprimento 0.
Zeros dentro da cadeia são contados,
então "a\000bc\000"
possui comprimento 5.
string.lower (s)
string.match (s, pattern [, init])
pattern
na cadeia s
.
Se encontra um, então match
retorna
as capturas do padrão;
caso contrário retorna nil.
Se pattern
não especifica nenhuma captura,
então o casamento inteiro é retornado.
Um terceiro argumento numérico opcional, init
, especifica
onde iniciar a busca;
seu valor padrão é 1 e pode ser negativo.
string.rep (s, n)
n
cópias da
cadeia s
.
string.reverse (s)
s
invertida.
string.sub (s, i [, j])
s
que
inicia em i
e continua até j
;
i
e j
podem ser negativos.
Se j
está ausente, então assume-se que ele é igual a -1
(que é o mesmo que o comprimento da cadeia).
Em particular,
a chamada string.sub(s,1,j)
retorna um prefixo de s
com comprimento j
e string.sub(s, -i)
retorna um sufixo de s
com comprimento i
.
string.upper (s)
Uma classe de caracteres é usada para representar um conjunto de caracteres. As seguintes combinações são permitidas em descrições de uma classe de caracteres:
^$()%.[]*+-?
)
representa o próprio caractere x.
.
: (um ponto) representa todos os caracteres.%a
: representa todas as letras.%c
: representa todos os caracteres de controle.%d
: representa todos os dígitos.%l
: representa todas as letras minúsculas.%p
: representa todos os caracteres de pontuação.%s
: representa todos os caracteres de espaço.%u
: representa todas as letras maiúsculas.%w
: representa todos os caracteres alfanuméricos.%x
: representa todos os dígitos hexadecimais.%z
: representa o caractere com representação 0.%x
: (onde x é qualquer caractere não-alfanumérico)
representa o caractere x.
Esta é a maneira padrão de escapar os caracteres mágicos.
Qualquer caractere de pontuação (até mesmo os não mágicos)
pode ser precedido por um '%
'
quando usado para representar a si mesmo em um padrão.
[set]
:
representa a classe que é a união de todos
os caracteres em set.
Uma faixa de caracteres pode ser especificada
separando os caracteres finais da faixa com um '-
'.
Todas as classes %
x descritas acima também podem ser usadas como
componentes em set.
Todos os outros caracteres em set representam eles mesmos.
Por exemplo, [%w_]
(ou [_%w]
)
representa todos os caracteres alfanuméricos mais o sublinhado,
[0-7]
representa os dígitos octais
e [0-7%l%-]
representa os dígitos octais mais
as letras minúsculas mais o caractere '-
'.
A interação entre faixas e classes não é definida.
Portanto, padrões como [%a-z]
ou [a-%%]
não possuem significado.
[^set]
:
representa o complemento de set,
onde set é interpretado como acima.
Para todas as classes representadas por uma única letra (%a
, %c
, etc.),
a letra maiúscula correspondente representa o complemento da classe.
Por exemplo, %S
representa todos os caracteres que não são de espaço.
As definições de letra, espaço e outros grupos de caracteres
dependem do idioma (locale) corrente.
Em particular, a classe [a-z]
pode não ser equivalente a %l
.
Um item de padrão pode ser
*
',
que casa 0 ou mais repetições de caracteres da classe.
Estes itens de repetição sempre casarão a maior seqüência possível;
+
',
que casa 1 ou mais repetições de caracteres da classe.
Estes itens de repetição sempre casarão a maior seqüência possível;
-
',
que também casa 0 ou mais repetições de caracteres da classe.
Diferentemente de '*
',
estes itens de repetição sempre casarão a menor seqüência possível;
?
',
que casa 0 ou 1 ocorrência de um caractere da classe;
%n
, para n entre 1 e 9;
tal item casa uma subcadeia igual à n-ésima cadeia capturada
(veja abaixo);
%bxy
, onde x e y são dois caracteres distintos;
tal item casa cadeias que começam com x, terminam com y
e onde o número de xs e de ys é balanceado.
Isto significa que, se alguém ler a cadeia da esquerda para a direita,
contando +1 para um x e -1 para um y,
o y final é o primeiro y onde o contador alcança 0.
Por exemplo, o item %b()
casa expressões com
parênteses balanceados.
Um padrão é uma seqüência de itens de padrão.
Um '^
' no início de um padrão ancora o casamento no
início da cadeia sendo usada.
Um '$
' no fim de um padrão ancora o casamento no
fim da cadeia sendo usada.
Em outras posições,
'^
' e '$
' não possuem significado especial e representam a si mesmos.
Um padrão pode conter subpadrões delimitados por parênteses;
eles descrevem capturas.
Quando um casamento ocorre, as subcadeias da cadeia sendo usada
que casaram com as capturas são armazenadas (capturadas) para uso futuro.
Capturas são numeradas de acordo com os seus parênteses esquerdos.
Por exemplo, no padrão "(a*(.)%w(%s*))"
,
a parte da cadeia casando "a*(.)%w(%s*)"
é
armazenada como a primeira captura (e portanto tem número 1);
o caractere casando ".
" é capturado com o número 2
e a parte casando "%s*
" possui número 3.
Como um caso especial, a captura vazia ()
captura
a posição da cadeia corrente (um número).
Por exemplo, se aplicarmos o padrão "()aa()"
na
cadeia "flaaap"
, haverá duas capturas: 3 e 5.
Um padrão não pode conter zeros dentro dele. Use %z
como alternativa.
Esta biblioteca provê funções genéricas para manipulação de tabelas.
Ela provê todas as suas funções na tabela table
.
A maioria das funções na biblioteca de tabelas assume que a tabela representa um array ou uma lista. Para estas funções, quando falamos sobre o "comprimento" de uma tabela estamos falando sobre o resultado do operador de comprimento.
table.concat (table [, sep [, i [, j]]])
table[i]..sep..table[i+1] ··· sep..table[j]
.
O valor padrão para sep
é a cadeia vazia,
o padrão para i
é 1
e o padrão para j
é o comprimento da tabela.
Se i
é maior do que j
, retorna a cadeia vazia.
table.insert (table, [pos,] value)
Insere o elemento value
na posição pos
de table
,
deslocando os outros elementos para abrir espaço, se necessário.
O valor padrão para pos
é n+1
,
onde n
é o comprimento da tabela (ver §2.5.5),
de modo que uma chamada table.insert(t,x)
insere x
no fim
da tabela t
.
table.maxn (table)
Retorna o maior índice numérico positivo da tabela fornecida ou zero se a tabela não possui índices numéricos positivos. (Para realizar seu trabalho esta função faz um percorrimento linear da tabela inteira.)
table.remove (table [, pos])
Remove de table
o elemento na posição pos
,
deslocando os outros elementos para preencher o espaço, se necessário.
Retorna o valor do elemento removido.
O valor padrão para pos
é n
,
onde n
é o comprimento da tabela,
de modo que uma chamada table.remove(t)
remove o último elemento
da tabela t
.
table.sort (table [, comp])
table[1]
até table[n]
,
onde n
é o comprimento da tabela.
Se comp
é fornecido,
então ele deve ser uma função que recebe dois elementos da tabela
e retorna true
quando o primeiro é menor do que o segundo
(de modo que not comp(a[i+1],a[i])
será verdadeiro após a ordenação).
Se comp
não é fornecido,
então o operador padrão de Lua <
é usado em seu lugar.
O algoritmo de ordenação não é estável; isto é, elementos considerados iguais pela ordem fornecida podem ter suas posições relativas trocadas pela ordenação.
Esta biblioteca é uma interface para a biblioteca matemática de C padrão.
Ela provê todas as suas funções na tabela math
.
math.abs (x)
Retorna o valor absoluto de x
.
math.acos (x)
Retorna o arco co-seno de x
(em radianos).
math.asin (x)
Retorna o arco seno de x
(em radianos).
math.atan (x)
Retorna o arco tangente de x
(em radianos).
math.atan2 (y, x)
Retorna o arco tangente de y/x
(em radianos),
mas usa o sinal dos dois parâmetros para achar o
quadrante do resultado.
(Também trata corretamente o caso de x
ser zero.)
math.ceil (x)
Retorna o menor inteiro maior ou igual a x
.
math.cos (x)
Retorna o co-seno de x
(assume que x
está em radianos).
math.cosh (x)
Retorna o co-seno hiperbólico de x
.
math.deg (x)
Retorna o ângulo x
(dado em radianos) em graus.
math.exp (x)
Retorna o valor de ex.
math.floor (x)
Retorna o maior inteiro menor ou igual a x
.
math.fmod (x, y)
Retorna o resto da divisão de x
por y
que arredonda o quociente em direção a zero.
math.frexp (x)
Retorna m
e e
tais que x = m2e,
e
é um inteiro e o valor absoluto de m
está
no intervalo [0.5, 1)
(ou zero quando x
é zero).
math.huge
O valor de HUGE_VAL
,
um valor maior ou igual a qualquer outro valor numérico.
math.ldexp (m, e)
Retorna m2e (e
deve ser um inteiro).
math.log (x)
Retorna o logaritmo natural de x
.
math.log10 (x)
Retorna o logaritmo base-10 de x
.
math.max (x, ···)
Retorna o valor máximo entre os seus argumentos.
math.min (x, ···)
Retorna o valor mínimo entre os seus argumentos.
math.modf (x)
Retorna dois números,
a parte integral de x
e a parte fracionária de x
.
math.pi
O valor de pi.
math.pow (x, y)
Retorna xy.
(Você também pode usar a expressão x^y
para computar este valor.)
math.rad (x)
Retorna o ângulo x
(dado em graus) em radianos.
math.random ([m [, n]])
Esta função é uma interface para a função
geradora pseudo-randômica simples
rand
fornecida por ANSI C.
(Nenhuma garantia pode ser dada para suas propriedades estatísticas.)
Quando chamada sem argumentos,
retorna um número real pseudo-randômico uniforme
no intervalo [0,1).
Quando chamada com um número inteiro m
,
math.random
retorna
um inteiro pseudo-randômico uniforme no intervalo [1, m].
Quando chamada com dois números inteiros m
e n
,
math.random
retorna um inteiro
pseudo-randômico uniforme no intervalo [m, n].
math.randomseed (x)
Estabelece x
como a "semente"
para o gerador pseudo-randômico:
sementes iguais produzem seqüências iguais de números.
math.sin (x)
Retorna o seno de x
(assume que x
está em radianos).
math.sinh (x)
Retorna o seno hiperbólico de x
.
math.sqrt (x)
Retorna a raiz quadrada de x
.
(Você também pode usar a expressão x^0.5
para computar este valor.)
math.tan (x)
Retorna a tangente de x
(assume que x
está em radianos).
math.tanh (x)
Retorna a tangente hiperbólica de x
.
A biblioteca de E/S provê dois estilos diferentes para manipulação de arquivos. O primeiro usa descritores de arquivo implícitos; isto é, há operações para estabelecer um arquivo de entrada padrão e um arquivo de saída padrão e todas as operações de entrada/saída são realizadas sobre estes arquivos. O segundo estilo usa descritores de arquivo explícitos.
Quando se usa descritores de arquivo implícitos,
todas as operações são providas pela tabela io
.
Quando se usa descritores de arquivo explícitos,
a operação io.open
retorna um descritor de arquivo
e então todas as operações são providas como métodos do descritor de arquivo.
A tabela io
também fornece
três descritores de arquivo pré-definidos com os seus significados usuais de C:
io.stdin
, io.stdout
e io.stderr
.
A biblioteca de E/S nunca fecha estes arquivos.
A menos que dito de modo contrário, todas as funções de E/S retornam nil em caso de falha (mais uma mensagem de erro como segundo resultado e um código de erro dependente do sistema como um terceiro resultado), ou algum valor diferente de nil em caso de sucesso.
io.close ([file])
Equivalente a file:close()
.
Quando não recebe file
, fecha o arquivo de saída padrão.
io.flush ()
Equivalente a file:flush
no arquivo de saída padrão.
io.input ([file])
Quando chamada com um nome de arquivo, abre o arquivo com aquele nome (em modo texto) e estabelece seu manipulador como o arquivo de entrada padrão. Quando chamada com um manipulador de arquivo, simplesmente estabelece este manipulador de arquivo como o arquivo de entrada padrão. Quando chamada sem parâmetros, retorna o arquivo de entrada padrão corrente.
Em caso de erros esta função dispara o erro, ao invés de retornar um código de erro.
io.lines ([filename])
Abre o nome de arquivo fornecido em modo de leitura e retorna uma função iteradora que, cada vez que é chamada, retorna uma nova linha do arquivo. Portanto, a construção
for line in io.lines(filename) do corpo end
irá iterar sobre todas as linhas do arquivo. Quando a função iteradora detecta o fim do arquivo, ela retorna nil (para finalizar o laço) e automaticamente fecha o arquivo.
A chamada io.lines()
(sem nenhum nome de arquivo) é equivalente
a io.input():lines()
;
isto é, ela itera sobre as linhas do arquivo de entrada padrão.
Neste caso ela não fecha o arquivo quando o laço termina.
io.open (filename [, mode])
Esta função abre um arquivo,
no modo especificado na cadeia mode
.
Ela retorna um novo manipulador de arquivo
ou, em caso de erros, nil mais uma mensagem de erro.
A cadeia de caracteres mode
pode ser qualquer uma das seguintes:
A cadeia mode
também pode ter um 'b
' no fim,
que é necessário em alguns sistemas para abrir o arquivo em modo binário.
Esta cadeia é exatamente o que é usado na
função padrão de C fopen
.
io.output ([file])
Similar a io.input
, mas opera sobre o arquivo de saída padrão.
io.popen (prog [, mode])
Inicia o programa prog
em um processo separado e retorna
um manipulador de arquivo que pode ser usado para ler dados deste programa
(se mode
é "r"
, o padrão)
ou escrever dados para este programa
(se mode
é "w"
).
Esta função é dependente do sistema e não está disponível em todas as plataformas.
io.read (···)
Equivalente a io.input():read
.
io.tmpfile ()
Retorna um manipulador para um arquivo temporário. Este arquivo é aberto em modo de atualização e é automaticamente removido quando o programa termina.
io.type (obj)
Verifica se obj
é um manipulador de arquivo válido.
Retorna a cadeia "file"
se obj
é um manipulador de arquivo aberto,
"close file"
se obj
é um manipulador de arquivo fechado
ou nil se obj
não é um manipulador de arquivo.
io.write (···)
Equivalente a io.output():write
.
file:close ()
Fecha file
.
Note que arquivos são automaticamente fechados quando
seus manipuladores são coletados pelo coletor de lixo,
mas leva uma quantidade indeterminada de tempo para isso acontecer.
file:flush ()
Salva qualquer dado escrito para file
.
file:lines ()
Retorna uma função iteradora que, cada vez que é chamada, retorna uma nova linha do arquivo. Portanto, a construção
for line in file:lines() do corpo end
irá iterar sobre todas as linhas do arquivo.
(Ao contrário de io.lines
, essa função não fecha o arquivo
quando o laço termina.)
file:read (···)
Lê o arquivo file
,
de acordo com os formatos fornecidos, os quais especificam o que deve ser lido.
Para cada formato,
a função retorna uma cadeia (ou um número) com os caracteres lidos
ou nil se ela não pode retornar dados com o formato especificado.
Quando chamada sem formatos,
ela usa o formato padrão que lê a próxima linha toda
(veja abaixo).
Os formatos disponíveis são
file:seek ([whence] [, offset])
Estabelece e obtém a posição do arquivo,
medida a partir do início do arquivo,
até a posição dada por offset
mais uma base
especificada pela cadeia whence
, como a seguir:
Em caso de sucesso, a função seek
retorna a posição final do arquivo,
medida em bytes a partir do início do arquivo.
Se esta função falha, ela retorna nil,
mais uma cadeia descrevendo o erro.
O valor padrão para whence
é "cur"
e para offset
é 0.
Portanto, a chamada file:seek()
retorna a posição
do arquivo corrente, sem modificá-la;
a chamada file:seek("set")
estabelece a posição para o
início do arquivo (e retorna 0);
e a chamada file:seek("end")
estabelece a posição para o
fim do arquivo e retorna seu tamanho.
file:setvbuf (mode [, size])
Define o modo de bufferização para um arquivo de saída. Há três modos disponíveis:
descarrega
o arquivo
(ver io.flush
)).
Para os últimos dois casos, size
especifica o tamanho do buffer, em bytes.
O padrão é um tamanho apropriado.
file:write (···)
Escreve o valor de cada um de seus argumentos para
file
.
Os argumentos devem ser cadeias de caracteres ou números.
Para escrever outros valores,
use tostring
ou string.format
antes de write
.
Esta biblioteca é implementada através da tabela os
.
os.clock ()
Retorna uma aproximação da quantidade de tempo de CPU, em segundos, usada pelo programa.
os.date ([format [, time]])
Retorna uma cadeia ou uma tabela contendo data e hora,
formatada de acordo com a cadeia format
fornecida.
Se o argumento time
está presente,
este é o tempo a ser formatado
(veja a função os.time
para uma descrição deste valor).
Caso contrário, date
formata a hora corrente.
Se format
começa com '!
',
então a data é formatada no Tempo Universal Coordenado.
Após esse caractere opcional,
se format
é a cadeia "*t
",
então date
retorna uma tabela com os seguintes campos:
year
(quatro dígitos), month
(1--12), day
(1--31),
hour
(0--23), min
(0--59), sec
(0--61),
wday
(dia da semana, domingo é 1),
yday
(dia do ano)
e isdst
(flag que indica o horário de verão, um booleano).
Se format
não é "*t
",
então date
retorna a data como uma cadeia de caracteres,
formatada de acordo com as mesmas regras da função C strftime
.
Quando chamada sem argumentos,
date
retorna uma representação aceitável da data e da hora que depende
do sistema hospedeiro e do idioma (locale) corrente.
(isto é, os.date()
é equivalente a os.date("%c")
).
os.difftime (t2, t1)
Retorna o número de segundos a partir do tempo t1
até o tempo t2
.
Em POSIX, Windows e alguns outros sistemas,
este valor é exatamente t2
-t1
.
os.execute ([command])
Esta função é equivalente à função C system
.
Ela passa command
para ser executado por um interpretador de comandos do sistema operacional.
Ela retorna um código de status, que é dependente do sistema.
Se command
está ausente, então a função retorna um valor diferente de zero se um interpretrador
de comandos está disponível e zero caso contrário.
os.exit ([code])
Chama a função C exit
,
com um código code
opcional,
para terminar o programa hospedeiro.
O valor padrão para code
é o código de sucesso.
os.getenv (varname)
Retorna o valor da variável de ambiente do processo varname
ou nil se a variável não está definida.
os.remove (filename)
Remove um arquivo ou diretório com o nome fornecido. Diretórios devem estar vazios para serem removidos. Se esta função falha, ela retorna nil, mais uma cadeia descrevendo o erro.
os.rename (oldname, newname)
Renomeia um arquivo ou diretório chamado oldname
para newname
.
Se esta função falha, ela retorna nil,
mais uma cadeia descrevendo o erro.
os.setlocale (locale [, category])
Estabelece o idioma (locale) corrente do programa.
locale
é uma cadeia de caracteres especificando um idioma;
category
é uma cadeia opcional descrevendo para qual categoria deve-se mudar:
"all"
, "collate"
, "ctype"
,
"monetary"
, "numeric"
ou "time"
;
a categoria padrão é "all"
.
Esta função retorna o nome do novo idioma
ou nil se a requisição não pode ser honrada.
Se locale
é a cadeia vazia,
estabelece-se o idioma corrente como um idioma nativo definido pela implementação.
Se locale
é a cadeia "C
",
estabelece-se o idioma corrente como o idioma padrão de C.
Quando chamada com nil como o primeiro argumento, esta função retorna somente o nome do idioma corrente para a categoria fornecida.
os.time ([table])
Retorna o tempo corrente quando chamada sem argumentos
ou um tempo representando a data e a hora especificados pela tabela fornecida.
Esta tabela deve ter campos year
, month
e day
e pode ter campos hour
, min
, sec
e isdst
(para uma descrição destes campos, veja a função os.date
).
O valor retornado é um número, cujo significado depende do seu sistema.
Em POSIX, Windows e alguns outros sistemas, este número conta o número
de segundos desde algum tempo de início dado (a "era").
Em outros sistemas, o significado não é especificado
e o número retornado por time
pode ser usado somente como um argumento para
date
e difftime
.
os.tmpname ()
Retorna uma cadeia de caracteres com o nome de um arquivo que pode ser usado para um arquivo temporário. O arquivo deve ser explicitamente aberto antes de ser usado e explicitamente removido quando não for mais necessário.
Em alguns sistemas (POSIX), esta função também cria um arquivo com esse nome, para evitar riscos de segurança. (Outro usuário pode criar o arquivo com permissões erradas no intervalo de tempo entre a obtenção do nome e a criação do arquivo.) Você ainda deve abrir o arquivo para poder usá-lo e deve removê-lo (mesmo que você não tenha usado).
Quando possível,
você pode preferir usar io.tmpfile
,
que automaticamente remove o arquivo quando o programa termina.
Esta biblioteca provê as funcionalidades da interface de depuração para programas Lua. Você deve ter cuidado ao usar esta biblioteca. As funções fornecidas aqui devem ser usadas exclusivamente para depuração e tarefas similares, tais como medição (profiling). Por favor resista à tentação de usá-las como uma ferramenta de programação usual: elas podem ser muito lentas. Além disso, várias dessas funções violam algumas suposições a respeito do código Lua (e.g., que variáveis locais a uma função não podem ser acessadas de fora da função ou que metatabelas de objetos userdata não podem ser modificadas por código Lua) e portanto podem comprometer código que, de outro modo, seria seguro.
Todas as funções nesta biblioteca são fornecidas
na tabela debug
.
Todas as funções que operam sobre um objeto do tipo thread
possuem um primeiro argumento opcional que é o
objeto thread sobre o qual a função deve operar.
O padrão é sempre o fluxo de execução corrente.
debug.debug ()
Entra em um modo interativo com o usuário,
executando cada cadeia de caracteres que o usuário entra.
Usando comandos simples e outros mecanismos de depuração,
o usuário pode inspecionar variáveis globais e locais,
mudar o valor delas, avaliar expressões, etc.
Uma linha contendo somente a palavra cont
termina esta função,
de modo que a função chamadora continua sua execução.
Note que os comandos para debug.debug
não são aninhados de modo léxico
dentro de nenhuma função e portanto não possuem acesso direto a variáveis locais.
debug.getfenv (o)
o
.
debug.gethook ([thread])
Retorna as configurações de gancho correntes do fluxo de execução como três valores:
a função de gancho corrente, a máscara de ganho corrente
e a contagem de ganho corrente
(como estabelecido pela função debug.sethook
).
debug.getinfo ([thread,] function [, what])
Retorna uma tabela com informação sobre uma função.
Você pode fornecer a função diretamente
ou você pode fornecer um número como o valor de function
,
que significa a função executando no nível function
da pilha de chamadas
do fluxo de execução fornecido:
nível 0 é a função corrente (a própria getinfo
);
nível 1 é a função que chamou getinfo
;
e assim por diante.
Se function
é um número maior do que o número de funções ativas,
então getinfo
retorna nil.
A tabela retornada pode conter todos os campos retornados por lua_getinfo
,
com a cadeia what
descrevendo quais campos devem ser preenchidos.
O padrão para what
é obter todas as informações disponíveis,
exceto a tabela de linhas válidas.
Se presente,
a opção 'f
'
adiciona um campo chamado func
com a própria função.
Se presente,
a opção 'L
'
adiciona um campo chamado activelines
com a tabela
de linhas válidas.
Por exemplo, a expressão debug.getinfo(1,"n").name
retorna
uma tabela com um nome para a função corrente,
se um nome razoável pode ser encontrado,
e a expressão debug.getinfo(print)
retorna uma tabela com todas as informações disponíveis
sobre a função print
.
debug.getlocal ([thread,] level, local)
Esta função retorna o nome e o valor da variável local
com índice local
da função no nível level
da pilha.
(O primeiro parâmetro ou variável local possui índice 1 e assim por diante,
até a última variável local ativa.)
A função retorna nil se não existe uma variável
local com o índice fornecido
e dispara um erro quando chamada com um level
fora da faixa de valores válidos.
(Você pode chamar debug.getinfo
para verificar se o nível é válido.)
Nomes de variáveis que começam com '(
' (abre parênteses)
representam variáveis internas
(variáveis de controle de laços, temporários e locais de funções C).
debug.getmetatable (object)
Retorna a metatabela do object
fornecido
ou nil se ele não possui uma metatabela.
debug.getregistry ()
Retorna a tabela de registro (ver §3.5).
debug.getupvalue (func, up)
Esta função retorna o nome e o valor do upvalue
com índice up
da função func
.
A função retorna nil se não há um upvalue com o índice fornecido.
debug.setfenv (object, table)
Estabelece a tabela table
como o ambiente do object
fornecido.
Retorna object
.
debug.sethook ([thread,] hook, mask [, count])
Estabelece a função fornecida como um gancho.
A cadeia mask
e o número count
descrevem
quando o gancho será chamado.
A cadeia mask
pode ter os seguintes caracteres,
com o respectivo significado:
"c"
: o gancho é chamado toda vez que Lua chama uma função;"r"
: o gancho é chamado toda vez que Lua retorna de uma função;"l"
: o gancho é chamado toda vez que Lua entra uma nova linha de código.
Com um count
diferente de zero,
o gancho é chamado após cada count
instruções.
Quando chamada sem argumentos,
debug.sethook
desabilita o gancho.
Quando o gancho é chamado, seu primeiro parâmetro é uma cadeia de caracteres
descrevendo o evento que disparou a sua chamada:
"call"
, "return"
(ou "tail return"
,
quando estiver simulando um retorno de uma recursão final),
"line"
e "count"
.
Para eventos de linha,
o gancho também obtém o novo número de linha como seu segundo parâmetro.
Dentro do gancho,
é possível chamar getinfo
com nível 2 para obter mais informação sobre
a função sendo executada
(nível 0 é a função getinfo
e nível 1 é a função de gancho),
a menos que o evento seja "tail return"
.
Neste caso, Lua está somente simulando o retorno
e uma chamada a getinfo
retornará dados inválidos.
debug.setlocal ([thread,] level, local, value)
Esta função atribui o valor value
à variável local
com índice local
da função no nível level
da pilha.
A função retorna nil se não há uma variável
local com o índice fornecido
e dispara um erro quando chamada com um level
fora da faixa de valores válidos.
(Você pode chamar getinfo
para verificar se o nível é válido.)
Caso contrário, a função retorna o nome da variável local.
debug.setmetatable (object, table)
Estabelece table
como a metatabela do object
fornecido
(table
pode ser nil).
debug.setupvalue (func, up, value)
Esta função atribui o valor value
ao upvalue
com índice up
da função func
.
A função retorna nil se não há um upvalue
com o índice fornecido.
Caso contrário, a função retorna o nome do upvalue.
debug.traceback ([thread,] [message] [, level])
Retorna uma cadeia de caracteres com um traço da pilha de chamadas.
Uma cadeia opcional message
é adicionada
ao início do traço.
Um número opcional level
diz em qual nível
iniciar o traço
(o padrão é 1, a função chamando traceback
).
Embora Lua tenha sido projetada como uma linguagem de extensão,
para ser embutida em um programa C hospedeiro,
Lua também é freqüentemente usada como uma linguagem auto-suficiente.
Um interpretador para Lua como uma linguagem auto-suficiente,
chamado simplesmente lua
,
é fornecido com a distribuição padrão.
Esse interpretador inclui
todas as bibliotecas padrão, inclusive a biblioteca de depuração.
Seu uso é:
lua [options] [script [args]]
As opções são:
-e stat
: executa a cadeia stat;-l mod
: "requisita" mod;-i
: entra em modo interativo após executar script;-v
: imprime informação de versão;--
: pára de tratar opções;-
: executa stdin
como um arquivo e pára de tratar opções.
Após tratar suas opções, lua
executa o script fornecido,
passando para ele os args fornecidos como cadeias de argumentos.
Quando chamado sem argumentos,
lua
comporta-se como lua -v -i
quando a entrada padrão (stdin
) é um terminal
e como lua -
em caso contrário.
Antes de executar qualquer argumento,
o interpretador verifica se há uma variável de ambiente LUA_INIT
.
Se seu formato é @filename
,
então lua
executa o arquivo.
Caso contrário, lua
executa a própria cadeia de caracteres.
Todas as opções são manipuladas na ordem dada, exceto -i
.
Por exemplo, uma invocação como
$ lua -e'a=1' -e 'print(a)' script.lua
irá primeiro atribuir 1 a a
, depois imprimirá o valor de a
(que é '1
')
e finalmente executará o arquivo script.lua
sem argumentos.
(Aqui $
é o prompt do interpretador de comandos. Você pode ter um prompt diferente.)
Antes de começar a executar o script,
lua
guarda todos os argumentos fornecidos na linha de comando
em uma tabela global chamada arg
.
O nome do script é armazenado no índice 0,
o primeiro argumento após o nome do script fica no índice 1
e assim por diante.
Quaisquer argumentos antes do nome do script
(isto é, o nome do interpretador mais as opções)
ficam em índices negativos.
Por exemplo, na chamada
$ lua -la b.lua t1 t2
o interpretador primeiro executa o arquivo a.lua
,
depois cria a tabela
arg = { [-2] = "lua", [-1] = "-la", [0] = "b.lua", [1] = "t1", [2] = "t2" }
e finalmente executa o arquivo b.lua
.
O script é chamado com arg[1]
, arg[2]
, ···
como argumentos;
ele também pode acessar estes argumentos com a expressão vararg '...
'.
Em modo interativo, se você escrever um comando incompleto, o interpretador espera que você o complete e indica isto através de um prompt diferente.
Se a variável global _PROMPT
contém uma cadeia de caracteres,
então o seu valor é usado como o prompt.
De maneira similar, se a variável global _PROMPT2
contém uma cadeia,
seu valor é usado como o prompt secundário
(mostrado durante comandos incompletos).
Portanto, os dois prompts podem ser modificados diretamente na linha de comando
ou em quaisquer programas Lua fazendo uma atribuição a _PROMPT
.
Veja o exemplo a seguir:
$ lua -e"_PROMPT='myprompt> '" -i
(O par de aspas mais externo é para o interpretador de comandos
e o par mais interno é para Lua.)
Note o uso de -i
para entrar em modo interativo;
caso contrário,
o programa iria terminar silenciosamente
logo após a atribuição a _PROMPT
.
Para permitir o uso de Lua como um
interpretador de scripts em sistemas Unix,
o interpretador de linha de comando pula
a primeira linha de um trecho de código se ele começa com #
.
Portanto, scripts Lua podem ser usados como programas executáveis
usando chmod +x
e a forma #!
,
como em
#!/usr/local/bin/lua
(É claro que
a localização do interpretador Lua pode ser diferente na sua máquina.
Se lua
está em seu PATH
,
então
#!/usr/bin/env lua
é uma solução mais portável.)
Listamos aqui as incompatibilidades que você pode encontrar quando passando um programa
de Lua 5.0 para Lua 5.1.
Você pode evitar a maioria das incompatibilidades compilando Lua com
opções apropriadas (veja o arquivo luaconf.h
).
Contudo,
todas essas opções de compatibilidade serão removidas na próxima versão de Lua.
arg
com uma
tabela com os argumentos extras para a expressão vararg.
(Veja a opção de tempo de compilação LUA_COMPAT_VARARG
em luaconf.h
.)
[[string]]
)
não permite aninhamento.
Você pode usar a nova sintaxe ([=[string]=]
) nesses casos.
(Veja a opção de tempo de compilação LUA_COMPAT_LSTR
em luaconf.h
.)
string.gfind
foi renomeada para string.gmatch
.
(Veja a opção de tempo de compilação LUA_COMPAT_GFIND
em luaconf.h
.)
string.gsub
é chamada com uma função como seu
terceiro argumento,
sempre que esta função retorna nil ou false a
cadeia de substituição é o casamento inteiro,
ao invés da cadeia vazia.
table.setn
está ultrapassada e não deve ser usada.
A função table.getn
corresponde
ao novo operador de comprimento (#
);
use o operador ao invés da função.
(Veja a opção de tempo de compilação LUA_COMPAT_GETN
em luaconf.h
.)
loadlib
foi renomeada para package.loadlib
.
(Veja a opção de tempo de compilação LUA_COMPAT_LOADLIB
em luaconf.h
.)
math.mod
foi renomeada para math.fmod
.
(Veja a opção de tempo de compilação LUA_COMPAT_MOD
em luaconf.h
.)
table.foreach
e table.foreachi
estão ultrapassadas e não devem ser usadas.
Você pode usar um laço for com pairs
ou ipairs
ao invés delas.
require
devido ao
novo sistema de módulos.
O novo comportamento é basicamente compatível com o antigo,
porém agora require
obtém o caminho de package.path
e não mais
de LUA_PATH
.
collectgarbage
possui argumentos diferentes.
A função gcinfo
está ultrapassada e não deve ser usada;
use collectgarbage("count")
ao invés dela.
luaopen_*
(para abrir bibliotecas)
não podem ser chamadas diretamente,
como uma função C comum.
Elas devem ser chamadas através de Lua,
como uma função Lua.
lua_open
foi substituída por lua_newstate
para
permitir que o usuário defina uma função de alocação de memória.
Você pode usar luaL_newstate
da biblioteca padrão para
criar um estado com uma função de alocação padrão
(baseada em realloc
).
luaL_getn
e luaL_setn
(da biblioteca auxiliar) estão ultrapassadas e não devem ser usadas.
Use lua_objlen
ao invés de luaL_getn
e nada no lugar de luaL_setn
.
luaL_openlib
foi substituída por luaL_register
.
luaL_checkudata
agora dispara um erro quando o valor fornecido
não é um objeto userdata do tipo esperado.
(Em Lua 5.0 ela retornava NULL
.)
Aqui está a sintaxe completa de Lua na notação BNF estendida. (Ela não descreve as precedências dos operadores.)
trecho ::= {comando [`;´]} [ultimocomando [`;´]] bloco ::= trecho comando ::= listavar `=´ listaexp | chamadadefuncao | do bloco end | while exp do bloco end | repeat bloco until exp | if exp then bloco {elseif exp then bloco} [else bloco] end | for Nome `=´ exp `,´ exp [`,´ exp] do bloco end | for listadenomes in listaexp do bloco end | function nomedafuncao corpodafuncao | local function Nome corpodafuncao | local listadenomes [`=´ listaexp] ultimocomando ::= return [listaexp] | break nomedafuncao ::= Nome {`.´ Nome} [`:´ Nome] listavar ::= var {`,´ var} var ::= Nome | expprefixo `[´ exp `]´ | expprefixo `.´ Nome listadenomes ::= Nome {`,´ Nome} listaexp ::= {exp `,´} exp exp ::= nil | false | true | Numero | Cadeia | `...´ | funcao | expprefixo | construtortabela | exp opbin exp | opunaria exp expprefixo ::= var | chamadadefuncao | `(´ exp `)´ chamadadefuncao ::= expprefixo args | expprefixo `:´ Nome args args ::= `(´ [listaexp] `)´ | construtortabela | Cadeia funcao ::= function corpodafuncao corpodafuncao ::= `(´ [listapar] `)´ bloco end listapar ::= listadenomes [`,´ `...´] | `...´ construtortabela ::= `{´ [listadecampos] `}´ listadecampos ::= campo {separadordecampos campo} [separadordecampos] campo ::= `[´ exp `]´ `=´ exp | Nome `=´ exp | exp separadordecampos ::= `,´ | `;´ opbin ::= `+´ | `-´ | `*´ | `/´ | `^´ | `%´ | `..´ | `<´ | `<=´ | `>´ | `>=´ | `==´ | `~=´ | and | or opunaria ::= `-´ | not | `#´