Apresentação

Introdução

Breve história: anos 40 - 80
- Anos 40 - 60: ascensão e declínio
- Anos 80: uma nova realidade

Metas, estratégias e resultados
- Dos anos 80 até os dias de hoje: novos horizontes

Os sistemas de tradução automática e seu funcionamento
- Alguns sistemas bem sucedidos
- As diferentes estratégias: vantagens e desvantagens
- Presente e futuro

Os programas, na prática
- A questão da comercialização e da propaganda
- Globalink Power Translator Pro: testes visando a tradução profissional

Linhas finais

Bibliografia

Anexo: recursos de tradução automática na Internet

Metas, estratégias e resultados

Os sistemas de tradução automática e seu funcionamento

Os aplicativos de auxílio à tradução podem ser encaixados em duas categorias: os sistemas de tradução por computador, ou tradução automática (MT - Machine Translation systems), são aqueles capazes de realizar o processo tradutório completo (o que não exclui pré e/ou pós edição humana). Podem ser mais simples e modestos ou complexos e ambiciosos, às vezes ainda visando se aproximar da concepção ideal de tradução automática. Como sabemos, podem ser mais ou menos eficientes. Por sua vez, os sistemas automáticos de auxílio à tradução (MAT - Machine-Aided Translation systems) subdividem-se em sistemas de tradução automática assistida por humanos (HAMT - Human-Aided Machine Translation) ou de tradução humana assistida por computador (MAHT - Machine-Aided Human Translation), segundo quem realiza as tarefas centrais e quem presta auxílio de forma mais secundária.

Os sistemas de tradução assistida por computador podem encaixar-se em uma gama de variáveis: os sistemas que realizam MAHT podem simplesmente oferecer o acesso a dicionários e enciclopédias em tempo real e recursos de processamento de textos; ou podem realizar a verificação ortográfica e gramatical; ou mesmo realizar parte da análise textual - grande parte dos tradutores já utiliza diversos desses recursos, que representam um grande ganho em tempo e qualidade de trabalho. No caso dos sistemas de HAMT, a intervenção humana também pode variar, sendo maior na pré revisão, na pós revisão ou consistindo numa revisão no decorrer do processo da tradução. Esta estratégia é hoje a que provavelmente alcança melhores resultados, pois permite a resolução de problemas complexos, como a ambigüidade referencial, além de facilitar a implementação de melhorias no sistema utilizado. Este tipo de sistema menos automatizado pode desempenhar-se de forma altamente satisfatória, combinando as capacidades e vantagens computacionais e humanas - logicamente, é difícil chegar-se a uma solução ideal, existindo uma ampla variedade desses sistemas, cada um buscando chegar à combinação mais eficiente. Finalmente, há os bancos de dados terminológicos, os sistemas menos ambiciosos, que oferecem como principais vantagens a facilidade e velocidade das consultas e sua possibilidade de atualização [Slocum, J. 1985; Nirenburg, S. 1987].

O grau de aceitação dos programas é hoje medido pela quantidade de pré e pós revisão requerida. Dependendo do sistema, este pode exigir pré edição ou não; os sistemas de tradução assistida por computador pedem a intervenção humana durante a tradução; em todos os casos a revisão posterior é necessária, em maior ou menor grau, em geral dependendo das fases anteriores. Um programa cujo índice de correções (revisão posterior, por exemplo) é menor que 20% (uma correção a cada 5 palavras) é considerado aceitável. Além disso, muitas vezes o sistema vai sendo melhorado com o uso, ao mesmo tempo em que o tradutor que faz as correções adquire prática, aprende a reconhecer os erros típicos da tradução automática e pode chegar a dobrar sua produção em alguns meses [Slocum, J. 1985].

Existem determinadas técnicas que caracterizam os diferentes sistemas de tradução automática. Em geral faz-se referência a três pares delas: tradução direta vs. tradução indireta, interlíngua vs. transferência e análise local vs. análise global [Slocum, J. 1985; Tucker, A. 1987]. Vejamos cada uma delas:

A tradução direta caracteriza os sistemas desenvolvidos especificamente para traduzir de uma determinada língua para outra; todas as operações são direcionadas para esse par específico de línguas (como a busca de soluções para ambigüidades) e baseiam-se sobretudo na análise morfológica e na consulta a dicionários, sem empregar teorias lingüísticas subjacentes. Já a tradução indireta ocorre nos sistemas em que a análise da língua fonte e a geração da língua alvo constituem processos independentes; assim, os problemas detectados na decodificação de uma língua devem ser resolvidos no âmbito dessa mesma língua, não importando em que língua o texto traduzido será gerado.

A interlíngua constitui uma abordagem fundamentada nos princípios de uma lingüística universal, cuja metodologia é emprestada da inteligência artificial, que caracteriza os sistemas em que a representação do significado da língua de entrada é feita de forma independente de qualquer língua; a mesma representação é utilizada para gerar o texto de saída. Em contraste, a transferência é a abordagem através da qual o sistema gera uma representação estrutural das unidades gramaticais da língua de origem e, a seguir, uma representação correspondente para a língua alvo, a partir da qual será gerado o texto de saída (observação: essa estrutura varia segundo o sistema, podendo ser meramente sintática e lexical ou buscar uma representação semântica mais abrangente).

A análise local ocorre em sistemas cujo foco de análise são as palavras, decodificadas de acordo com sua relação com as palavras que as antecedem ou sucedem através de uma série de procedimentos; é um tipo de análise rápido, porém que apresenta problemas associados à falta de contexto. Finalmente, a técnica da análise global é empregada em sistemas que determinam o valor de uma palavra através de uma análise unificada de toda a sentença (ou, em casos mais raros, do parágrafo).

Algumas dessas técnicas serão retomadas em detalhe mais adiante.

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